São Paulo, domingo, 18 de setembro de 2005

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OUTRO LADO

Versão é fantasiosa, diz sócio

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Carlos Alberto Quaglia, sócio da Natimar, diz que é "fantasiosa" a versão da corretora Bônus-Banval de que ele receberia lista de sacadores de Marcos Valério de Souza. "Não conheço Marcos Valério. Isso é mentira."
Quaglia afirma que Enivaldo Quadrado, da Bônus-Banval, inventou essa versão porque a corretora dele "está suja". "O sr. Quadrado, que é mentalmente quadrado, decidiu escolher um de seus clientes como bode expiatório. Ele está tentando se limpar, mas não vai longe porque essa história não tem base."
O empresário conta que teve negócios com Najun Turner até 1988 -diz ter vendido ouro a ele. Não sabia, segundo relata, que a mulher do doleiro, Deusa Maria, mantinha negócios com a Natimar. "Trabalho com corretoras, não com clientes diretamente."
Quaglia confirmou que a Natimar não tem nenhum funcionário e funciona na sua casa, no Rio Vermelho, em Florianópolis. "É uma casa modesta, não é de gente pobre nem de gente rica", define.
O empresário diz que não considera anormal uma empresa de alimentação, o negócio inicial da Natimar, segundo os registros, converter-se em importadora e exportadora de ouro e pedras preciosas. "Eu não sei o que é normal. Você deveria perguntar a um psiquiatra. É normal mudar."
Quaglia diz que a Natimar registrou no BC empréstimos de US$ 14 milhões no exterior. A empresa, segundo ele, havia exportado máquinas da Caterpillar compradas quando o dólar estava a R$ 3,50. Quando a moeda caiu para cerca de R$ 2,50, "tivemos prejuízo e uma grande falência".
A empresa, porém, foi socorrida -os fornecedores dos recursos para a exportação, relata, aceitaram converter o pagamento antecipado de exportação em empréstimo direito, registrado no BC.
"Pode ser que a pessoa que mora numa casa simples seja muito conhecida, tenha crédito no mercado internacional, tenha palavra e cumpra seus compromissos. Isso é muito anormal?", questiona.
Quaglia diz que não responde se é laranja de Turner por considerar a pergunta ofensiva.
Valério diz que nunca manteve negócios com a Natimar. À Polícia Federal Valério negou qualquer contato com a empresa.
Por meio de sua assessoria, Enivaldo Quadrado, manteve sua versão. Ele negou ter feito repasses aos parentes de Turner por conta própria. Disse ainda que não conhece Deusa e Uri Flato.
A Folha não conseguiu localizar nenhum advogado de Najun Turner. Três que já defenderam o doleiro informaram que não advogam mais para ele.
Uri Flato, filho de Turner, se recusou a falar com a Folha. Deusa Maria, a mulher do doleiro, disse que não sabia nada sobre os créditos feitos em sua conta bancária. (JL e MCC)


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