São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / SANGUESSUGAS

PF só pegou "bagrinhos" do caso, diz Alckmin

Candidato tucano critica o fato de a Polícia Federal não ter mostrado à imprensa o dinheiro apreendido com um petista

Presidenciável critica Lula por ser "arrogante" e diz que haverá segundo turno: "a eleição está começando, o debate está começando"

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) cobrou ontem a apresentação dos "peixes grandes" que estariam por trás da tentativa de venda de um dossiê contra ele e contra o candidato ao governo de São Paulo, o ex-prefeito José Serra (PSDB).
"É preciso saber de onde veio esse dinheiro e quem está por trás disso. Por enquanto, só se pegou bagrinho, tem que ver quem são os peixes grandes para que isso seja esclarecido à sociedade", afirmou Alckmin após comício realizado no início da noite de ontem em Taguatinga, a maior cidade-satélite do Distrito Federal.
O tucano criticou o fato de a Polícia Federal não ter mostrado à imprensa o R$ 1,7 milhão apreendido com um petista e um advogado, os supostos compradores do dossiê, em um hotel na cidade de São Paulo na sexta-feira.
"Isso é muito grave, é lamentável que até agora o dinheiro não tenha sido mostrado e os criminosos não tenham sido apresentados. (...) Hoje, o dinheiro do submundo do crime aparece com petistas", disse.

PCC
No discurso que fez no comício, o vice na chapa de Alckmin, o senador José Jorge (PFL-PE), chegou a insinuar que o dinheiro possa ter vindo da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). "Isso é coisa de bandido. Será que o R$ 1,7 milhão veio do PCC?", discursou o senador.
Alckmin participou de um comício da candidatura ao governo do Distrito Federal de José Roberto Arruda (PFL), cujo principal adversário é a tucana Maria Abadia. Segundo a Polícia Militar, havia cerca de 30 mil pessoas presentes.
Alckmin disse a assessores que esse foi o "maior" comício de sua campanha. Na entrevista a jornalistas, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "arrogante", que haverá segundo turno, e que é erro apostar em uma eleição já decidida. "A eleição está começando, o debate está começando, o interesse da população está aumentando."

Congresso
Alckmin também comentou a suposta frase de Lula sobre o "fechamento do Congresso". De acordo com a coluna do jornalista Elio Gaspari publicada ontem, Lula foi questionado em encontro com empresários sobre como pretendia aprovar as reformas que julga necessárias em um possível segundo mandato.
Lula teria dito a eles para não provocar o "demônio" que há dentro dele, já que a "vontade que dá" seria a de fechar o Congresso e "fazer o que é preciso".
"Isso demonstra um perfil totalmente autoritário, que, aliás, é uma tendência de governos que têm corrupção, a de serem autoritários para esconder o corruptor", afirmou Alckmin, para quem "nem mesmo Lula acredita que vá fazer as reformas que o Brasil precisa".


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