DA ENVIADA ESPECIAL A BELÉM

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursava a cerca de 30 prefeitos aliados no Pará: defendia relação independente e direta dos municípios com o executivo federal, dizia que não era preciso humilhação, chapéu na mão ou padrinhos para as cidades conseguirem verbas. Era o primeiro compromisso do dia ontem, em Belém.
Mas logo ao terminar, Lula foi surpreendido por Devalni Balbino (PMDB), prefeito de Floresta do Araguaia, que se ajoelhou a seus pés: "Para mim é uma honra tão grande estar na frente do presidente. Como não sei quando vou ver um presidente de novo, vou fazer um pedido ao sr. de joelhos", disse Balbino, tirando o chapéu.
Com um prefeito abraçado a suas pernas, Lula tentou se afastar, constrangido: "Não faça isso, pelo amor de Deus". Trocaram abraços e beijos no rosto. "Foi o primeiro homem que beijei na vida, depois do meu pai", disse Balbino, depois.
O prefeito disse a Lula que Floresta do Araguaia é a maior produtora de abacaxi do Pará e que, para não perder produção, a cidade precisava de maquinário e de escola técnica, além da ampliação de uma estrada que liga o Estado a Tocantins. Segundo Balbino, Lula disse que um assessor o procuraria para tratar dos temas.
No comício, uma pescadora, escalada para falar dos programas do Ministério da Pesca, disse que Lula, "abaixo de Deus, é só quem olha para mulheres e homens pescadores".


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