São Paulo, sexta, 18 de setembro de 1998

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PAINEL

Plano presidencial
FHC deve anunciar após 4 de outubro, se reeleito, que só tratará do novo ministério em fevereiro. Avalia que agora terá de queimar parte de capital político para enfrentar a crise econômica, aprovando projetos no Congresso com o discurso de que é preciso salvar o Plano Real.

A ameaça
A interlocutores, o presidente tem dito que é importante retomar as rédeas da economia ainda neste ano, sob pena de ter um 2º mandato medíocre e mais refém ainda dos partidos aliados.

Falta acertar com aliados
O presidente articula o apoio de ACM para jogar a briga por novos postos para o começo de 99. Pretende alegar, para os aflitos por cargos, que a crise e o 2º turno das eleições impedem negociação definitiva neste ano.

Um pacote só
FHC tomaria posse em janeiro com o ministério antigo e faria a transição até o começo de fevereiro, nas vésperas da posse dos novos parlamentares. Para coincidir com negociações das lideranças no Congresso e das presidências da Câmara e do Senado.

Detalhe fundamental
A fidelidade partidária deve ser o único ponto da reforma política que FHC quer bancar neste ano. Ficaria mais fácil negociar com os novos congressistas a partir de fevereiro. Ainda mais se ele conseguir afastar o fantasma da crise econômica.

Cego em tiroteio
Na noite de quarta, o Planalto suspirava aliviado sobre a crise das Bolsas. "O pior já passou", dizia FHC. Ontem, a Fazenda falava em "quinta-feira negra", a mesma expressão que usava para descrever a quinta passada, de queda recorde nas Bolsas.

Verniz progressista 1
Em resposta aos intelectuais e artistas que aderiram a Lula, a campanha de FHC colocará no ar depoimento de apoio dos atores Paulo Autran, Lúcia Veríssimo e Raul Cortez, entre outros.

Verniz progressista 2
Com mais de 1.300 assinaturas, Covas está com problema para divulgar um manifesto de apoio nos jornais. É que não cabe o nome de todos no tamanho do anúncio permitido por lei.

Noite de autógrafos
Delfim Netto lança, na segunda, às 19h, no Clube Nacional, em São Paulo, o livro "Crônica do Debate Interditado", no qual analisa o Plano Real e critica a política econômica.

O estrago já ocorreu
Rossi (PDT) está tentando aproximar sua campanha da de Lula. Avalia que o prejuízo que teria com a manobra já foi causado pela propaganda dos adversários. E quer se credenciar para receber o voto útil dos eleitores de Marta Suplicy (PT).

A cobra vai fumar
PPB e PSDB já estão preparando suas campanhas, inclusive a propaganda de TV, para atuar na próxima semana como se Maluf e Covas já estivessem disputando o 2º turno. Só aguardam as próximas pesquisas para ver se o cenário se confirma.

Covas x Maluf
Tucanos sonham com um 2º turno no qual editariam o debate entre "o bem e o mal". Pepebistas iriam na linha "o competente e o incompetente".

Samba de uma nota só
A campanha de Lula na TV vai mostrar comerciantes reclamando da queda nas vendas e consumidores adiando compras a prazo por causa das recentes elevações das taxas de juros. O objetivo é antecipar os efeitos da recessão que se avizinha.

Visita à Folha
O presidente eleito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horácio Lafer Piva, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Renato Faleiros, assessor de imprensa.

O ministro da Educação do Estado de Vitória (Austrália), Phillip Honeywood, o embaixador da Austrália no Brasil, Garry Conroy, e o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Austrália, Alfredo Spínola de Mello Neto, visitaram ontem a Folha.

TIROTEIO

De José Aníbal (PSDB-SP), sobre a eleição para deputado federal e sua relação com a crise:
- Nesse momento de grave crise econômica, é preciso eleger candidatos comprometidos com as reformas do país. Mas nem a propaganda do presidente, que precisará desse apoio, aborda o assunto.

CONTRAPONTO

Dublê inimigo
Governador licenciado do Estado de São Paulo, Mário Covas (PSDB), que disputa a reeleição, foi na noite de terça-feira a um debate na APM (Associação Paulista de Medicina).
Durante o evento, o tucano foi convidado a comentar o quadro eleitoral em São Paulo.
Ele está em terceiro lugar nas pesquisas, mas se aproximando do segundo, Francisco Rossi (PDT), que está em queda.
Covas não consegue esconder de ninguém, porém, sua obsessão pessoal contra Paulo Maluf (PPB), que lidera com folga.
Ao explicar a liderança do desafeto, Covas não se segurou. Disse que muita gente gostava de ouvir o que o pepebista diz na TV. Em seguida, começou a discursar, arremedando a voz anasalada de Maluf:
- Eu vou adotar a tolerância mínima, começar roubando pequenas coisinhas, um leitinho aqui, um franguinho ali, um precatorinho acolá, e acabar roubando um Estado inteiro.



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