São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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RIO GRANDE DO SUL

Genro usa elo com Lula

Debate traz estratégias opostas para governo

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Os candidatos que disputam o governo gaúcho, Germano Rigotto (PMDB) e Tarso Genro (PT), demonstraram ontem, em seu segundo debate televisivo, ter estratégias opostas para suas eventuais administrações. Eles também divergiram ao relacionar suas candidaturas aos candidatos presidenciais com quem mantêm ligações político-partidárias.
Tarso utilizou sempre o fato de ser correligionário de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Rigotto não explorou sua aliança com José Serra (PSDB). Rigotto criticou o fato de a Ford ter deixado o Rio Grande do Sul, abrindo sua fábrica na Bahia e disse estar disposto a participar da guerra fiscal.
Tarso acusou Rigotto, que é deputado federal, de não ter estado presente no Congresso quando foi votada a ampliação do regime automotivo para o Nordeste, pelo qual o governo federal ajudou a Bahia a dar incentivos para atrais a empresa. Rigotto não negou que deixou de votar.
Esse foi um dos momentos tensos do debate, exibido pela TV Pampa, retransmissora da Record. Rigotto iniciou falando do seu mérito de ter chegado ao segundo turno com o discurso da união pelo Estado. Tarso vinculou seu governo à possível Presidência de Lula e falou em avançar mais em relação à atual administração petista no Estado, do governador Olívio Dutra.
Temas como pedágios e privatizações serviram como motivo para contrapontos. Referindo-se à administração do ex-governador Antônio Britto (ex-PMDB e atualmente no PPS) como ""o governo anterior, do PMDB", Tarso chamou Rigotto de ""privatista". Rigotto disse que o governo petista não terminou com os pedágios instalados na época de Britto.

Pesquisa
A diferença entre Rigotto e Genro caiu 8,2 pontos percentuais, segundo a pesquisa Cepa, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
A pesquisa foi divulgada ontem pelo jornal ""Zero Hora" e mostra Rigotto com 54,5%, 14,8 pontos percentuais à frente de Tarso, que tem 39,7%. O Cepa ouviu 1.763 eleitores em 49 municípios gaúchos na última terça-feira. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais para mais ou menos.
Ontem o Tribunal Superior Eleitoral negou pedido de Genro para proibir a campanha de Serra de veicular a propaganda eleitoral com críticas à administração petista gaúcha. No horário eleitoral gratuito, Serra cita o caso da montadora Ford, que trocou o Rio Grande do Sul pela Bahia para instalar uma fábrica. O ministro-auxiliar Gerardo Grossi afirmou que o fato não é inverídico.



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