São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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DF

Cheque-família é alvo em debate na TV

Promessas e grilagem dominam enfrentamento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os candidatos ao governo do Distrito Federal -o governador Joaquim Roriz (PMDB) e o petista Geraldo Magela (PT)- mantiveram ontem à noite, no debate da TV Record, a promessa de pagar R$ 100 para famílias carentes, o cheque-família.
O programa gerou polêmica no DF após a distribuição de panfletos, pela campanha de Roriz, em forma de cheque, com a foto e o número do candidato. Magela também distribuiu folhetos prometendo pagar o benefício, mas não em forma de cheque.
O material de campanha levou a Procuradoria Regional Eleitoral a pedir ao TRE-DF que determine a proibição imediata da distribuição de panfletos dos dois candidatos. O pedido de suspensão também valeria para qualquer menção ao cheque no horário eleitoral gratuito.
O procurador Franklin Rodrigues havia pedido à Polícia Federal que recolhesse alguns panfletos para serem utilizados como prova caso seja constatada a prática de troca de vantagens por votos e o abuso de autoridade.
Roriz, durante o debate, justificou seu programa dizendo que ajudará a resolver o problema de muitas famílias. Segundo ele, seu programa não pode ser considerado político-paternalista, mas sim uma "atitude cristã". Magela disse que o cheque foi proposto em seu programa de governo para substituir as cestas básicas, distribuídas no governo Roriz.
As denúncias de grilagem de terras no DF e de aprovação de condomínios irregulares voltaram a ser tema do debate de ontem, a exemplo do que ocorreu no encontro de segunda-feira, na TV Bandeirantes.
Magela perguntou a Roriz porque a Polícia Civil não prendeu o empresário Pedro Passos (PSD), acusado de grilagem e eleito deputado pela coligação que apóia o governador, quando ele teve sua prisão decretada. Roriz disse que não responderia à pergunta por respeito à polícia.
Por outro lado, Roriz questionou Magela sobre a denúncia publicada pelo "Jornal de Brasília" de que um assessor do petista teria recebido dinheiro para ajudar na aprovação de um condomínio irregular. Magela disse que impediu a aprovação do condomínio quando foi secretário de Habitação e Roriz disse ter um documento que prova que Magela não impediu, mas não pôde mostrar a documentação porque as regras do debate não permitem.
Ontem à tarde, deputados de oposição pediram a substituição de dois integrantes da CPI da Grilagem que são da base governista. A CPI foi aberta na Câmara Legislativa para apurar denúncias de grilagem de terra pública e de aprovação irregular de loteamentos envolvendo Roriz e Magela.


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