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Malan critica "discurso da mudança"
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em sua última audiência na Comissão de Assuntos Econômicos
do Senado, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, mandou recados para o PT, recebeu homenagens de senadores presentes e rebateu os que o acusam de ser fechado ao debate.
A audiência começou com 22
senadores e terminou com apenas
quatro, em um cenário distante
dos acalorados debates que sempre marcaram a presença de Malan no Congresso.
Ao PT, o ministro da Fazenda
disse que espera a continuidade
das políticas monetária, fiscal e
cambial. Em outro momento,
Malan disse que, se os principais
compromissos econômicos forem mantidos pelo novo governo,
é possível mostrar que a dívida
pública é administrável.
Malan procurou poupar de críticas a área econômica do futuro
governo, elogiando as escolhas
para os ministérios da Fazenda e
do Desenvolvimento, para a Casa
Civil e para o Banco Central.
"Será um governo comprometido com a racionalidade política e
econômica", afirmou. O ministro
disse que o combate "efetivo" à
pobreza exige "estabilidade macroeconômica e reavaliação da estrutura dos gastos públicos".
Segundo ele, um total equivalente a 21% do PIB (Produto Interno Bruto) do país é investido
na área social, mas existe uma
parcela desse total que está sendo
destinada a pessoas que não são
pobres.
Malan criticou os que gostam de
afirmar que "é preciso fazer muito mais" em relação à pobreza. Na
sua avaliação, o atual governo
gastou muito na área social "sem
clientelismo e sem fisiologismo".
Outro alvo do ministro foi o
"discurso da mudança", e ele citou o pronunciamento de posse
da prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT). "Ouvimos de uma
pessoa que foi eleita para mudar
tudo o reconhecimento de que
não é possível fazê-lo."
E lembrou que os eleitores do
Rio Grande do Sul também votaram "pela mudança". No Estado,
o PT, que atualmente ocupa o governo, foi derrotado pelo PMDB
nas eleições deste ano.
Ao final, um pouco irritado,
Malan também criticou os que reclamam do "pensamento único"
da equipe econômica e da sua
adesão a idéias neoliberais. "Um
bando de papagaios que repetem
as coisas sem saber o que estão falando", afirmou.
O presidente do Senado, Ramez
Tebet (PMDB-MS), foi à comissão apenas para elogiar a presença do ministro no Senado nos últimos 11 anos. Ou seja, desde a
época em que Malan era negociador da dívida externa. O senador
Jefferson Peres (PDT-AM) elogiou o fato de o ministro ser um
"homem de convicções".
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