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NO AR
Sobe-e-desce
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Não é novidade que uma
pesquisa pode ser avaliada de maneiras aparentemente
conflitantes.
Mas a do Ibope e da Confederação Nacional da Indústria, divulgada com destaque, desnorteou a cobertura. Ouviam-se na
TV enunciados como:
- Ibope: 53% reelegeriam Lula no primeiro turno.
Já numa rádio se ouvia:
- O desempenho pessoal de
Lula caiu.
Em outro momento, "Lula teve
a melhor avaliação pessoal desde
a posse". Em outro, este da estatal Radiobrás:
- A avaliação pessoal do presidente subiu.
O levantamento trazia respostas que permitiam tais enunciados. Boris Casoy não quis arriscar e disse:
- Estabilidade na avaliação
do governo Lula.
Lula pode comemorar. FHC,
que num quesito se saiu melhor
do que ele, também.
Em suma, bom Natal a todos.
Do Ibope e da CNI.
O número mais relevante, talvez por não ter concorrência na
própria pesquisa, foi quanto a
2004: 84% esperam um ano bom
ou muito bom.
O resultado indica que o programa de Duda Mendonça para
Lula e o PT, há duas semanas,
colou. No slogan que fechou a
propaganda:
- 2004. Feliz ano, novo Brasil.
O ano velho foi ruim, mas o
país está às portas do paraíso
-era a mensagem do marqueteiro baiano.
No último fim de semana, em
entrevista a Marília Gabriela,
Duda fez elogios a Lula, mas se
revelou "distante" do presidente,
no momento.
Outros marqueteiros vêm se
aproximando dos petistas. O
Ibope, agora, aponta um ano
bom para Duda.
Em levantamento para todos
os gostos, até os juros foram citados. A política do Banco Central
quase venceu ou quase perdeu,
como se preferir: 44% aprovam,
43% desaprovam.
A reação ao corte de um ponto,
anunciado ontem, foi na mesma
linha. Para uns, foi "vitória da
equipe econômica", que chega ao
final do ano abaixo das previsões
de "20% ou 22%". Para outros, a
começar da CNI, o corte foi uma
"frustração".
Ao que parece, nem frustração
nem vitória. Ou ambas.
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