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São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

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NO AR

Sobe-e-desce

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Não é novidade que uma pesquisa pode ser avaliada de maneiras aparentemente conflitantes.
Mas a do Ibope e da Confederação Nacional da Indústria, divulgada com destaque, desnorteou a cobertura. Ouviam-se na TV enunciados como:
- Ibope: 53% reelegeriam Lula no primeiro turno.
Já numa rádio se ouvia:
- O desempenho pessoal de Lula caiu.
Em outro momento, "Lula teve a melhor avaliação pessoal desde a posse". Em outro, este da estatal Radiobrás:
- A avaliação pessoal do presidente subiu.
O levantamento trazia respostas que permitiam tais enunciados. Boris Casoy não quis arriscar e disse:
- Estabilidade na avaliação do governo Lula.
Lula pode comemorar. FHC, que num quesito se saiu melhor do que ele, também.
Em suma, bom Natal a todos. Do Ibope e da CNI.
 
O número mais relevante, talvez por não ter concorrência na própria pesquisa, foi quanto a 2004: 84% esperam um ano bom ou muito bom.
O resultado indica que o programa de Duda Mendonça para Lula e o PT, há duas semanas, colou. No slogan que fechou a propaganda:
- 2004. Feliz ano, novo Brasil.
O ano velho foi ruim, mas o país está às portas do paraíso -era a mensagem do marqueteiro baiano.
No último fim de semana, em entrevista a Marília Gabriela, Duda fez elogios a Lula, mas se revelou "distante" do presidente, no momento.
Outros marqueteiros vêm se aproximando dos petistas. O Ibope, agora, aponta um ano bom para Duda.
 
Em levantamento para todos os gostos, até os juros foram citados. A política do Banco Central quase venceu ou quase perdeu, como se preferir: 44% aprovam, 43% desaprovam.
A reação ao corte de um ponto, anunciado ontem, foi na mesma linha. Para uns, foi "vitória da equipe econômica", que chega ao final do ano abaixo das previsões de "20% ou 22%". Para outros, a começar da CNI, o corte foi uma "frustração".
Ao que parece, nem frustração nem vitória. Ou ambas.


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