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OPOSIÇÃO
Partido afirma em seu balanço do primeiro ano de governo que "promessas de campanha" foram descumpridas
PFL condena "fúria arrecadatória" de Lula
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Num balanço do primeiro ano
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, o presidente nacional do
PFL, senador Jorge Bornhausen
(SC), apontou um governo "perdulário", marcado pela "má gestão", que não cumpriu suas promessas de campanha e que apresenta "a mais violenta fúria arrecadatória de todos os tempos".
"A política errada e recessiva
que o governo adotou leva à sua
reprovação; 2003 não foi só um
ano perdido. Nós andamos para
trás", afirmou o senador.
Segundo Bornhausen, já no primeiro dia ficou claro que os petistas fariam "um governo perdulário e que só tinha planos de poder", quando Lula anunciou o aumento do número de ministérios
para acomodar aliados políticos
derrotados nas eleições de 2002.
"O governo do PT criou seis novos ministérios e secretarias especiais. Patente a incompetência de
seus colaboradores e a ineficiência desses novos ministérios, o
Palácio do Planalto se recusa a rever esse verdadeiro cabide de empregos", disse Bornhausen.
Um dos pontos mais enfatizados pelo presidente do PFL em
sua avaliação negativa do governo
Lula foi a possibilidade de crescimento zero do PIB (Produto Interno Bruto) em 2003 e a previsão
de um "índice medíocre" para
2004: 3,5%, de acordo com a projeção mais consensual.
Espetáculo da publicidade
"Cabe a pergunta: onde está o
espetáculo do crescimento? Só o
que se viu foi o crescimento do espetáculo da publicidade", disse o
presidente do PFL.
O senador afirmou que o Brasil
não aproveitará o suposto "ciclo
mundial de crescimento" em
2004 e apontou como fatores inibidores o aumento da carga tributária, a insegurança dos investidores com os marcos regulatórios e,
na política externa, o confronto
com o maior parceiro comercial
do país -os Estados Unidos.
O balanço do presidente do PFL
foi feito em entrevista coletiva da
qual participaram os líderes do
partido no Senado, José Agripino
(RN), e na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (BA),
além de outros integrantes da Comissão Executiva Nacional que
integram a ala do partido que defende uma oposição mais firme
ao governo. Bornhausen admitiu
que o Palácio do Planalto contou
com votos do PFL para aprovar as
reformas da Previdência e tributária, embora a cúpula fosse contrária ao seu "conteúdo".
O senador declarou que porém
que espera que o partido apresente maior unidade em 2004. "Terminado o período de reformas,
no qual há preocupação com os
governadores, o partido vai crescer na sua unidade, que vai chegar
a 98%", afirmou Bornhausen.
O partido exibiu um vídeo com
imagens do presidente Lula durante a campanha eleitoral fazendo promessas e, como contraponto, apresentou dados para tentar
mostrar que os compromissos
não foram cumpridos.
Entre os exemplos, as promessas de "chamar para si a responsabilidade pela segurança pública",
realizar uma reforma agrária "organizada, justa e pacífica", criar 10
milhões de empregos e reduzir
impostos. Segundo o PFL, nenhuma delas foi cumprida.
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