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São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

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OPOSIÇÃO

Partido afirma em seu balanço do primeiro ano de governo que "promessas de campanha" foram descumpridas

PFL condena "fúria arrecadatória" de Lula

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Num balanço do primeiro ano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), apontou um governo "perdulário", marcado pela "má gestão", que não cumpriu suas promessas de campanha e que apresenta "a mais violenta fúria arrecadatória de todos os tempos".
"A política errada e recessiva que o governo adotou leva à sua reprovação; 2003 não foi só um ano perdido. Nós andamos para trás", afirmou o senador.
Segundo Bornhausen, já no primeiro dia ficou claro que os petistas fariam "um governo perdulário e que só tinha planos de poder", quando Lula anunciou o aumento do número de ministérios para acomodar aliados políticos derrotados nas eleições de 2002.
"O governo do PT criou seis novos ministérios e secretarias especiais. Patente a incompetência de seus colaboradores e a ineficiência desses novos ministérios, o Palácio do Planalto se recusa a rever esse verdadeiro cabide de empregos", disse Bornhausen.
Um dos pontos mais enfatizados pelo presidente do PFL em sua avaliação negativa do governo Lula foi a possibilidade de crescimento zero do PIB (Produto Interno Bruto) em 2003 e a previsão de um "índice medíocre" para 2004: 3,5%, de acordo com a projeção mais consensual.

Espetáculo da publicidade
"Cabe a pergunta: onde está o espetáculo do crescimento? Só o que se viu foi o crescimento do espetáculo da publicidade", disse o presidente do PFL.
O senador afirmou que o Brasil não aproveitará o suposto "ciclo mundial de crescimento" em 2004 e apontou como fatores inibidores o aumento da carga tributária, a insegurança dos investidores com os marcos regulatórios e, na política externa, o confronto com o maior parceiro comercial do país -os Estados Unidos.
O balanço do presidente do PFL foi feito em entrevista coletiva da qual participaram os líderes do partido no Senado, José Agripino (RN), e na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (BA), além de outros integrantes da Comissão Executiva Nacional que integram a ala do partido que defende uma oposição mais firme ao governo. Bornhausen admitiu que o Palácio do Planalto contou com votos do PFL para aprovar as reformas da Previdência e tributária, embora a cúpula fosse contrária ao seu "conteúdo".
O senador declarou que porém que espera que o partido apresente maior unidade em 2004. "Terminado o período de reformas, no qual há preocupação com os governadores, o partido vai crescer na sua unidade, que vai chegar a 98%", afirmou Bornhausen.
O partido exibiu um vídeo com imagens do presidente Lula durante a campanha eleitoral fazendo promessas e, como contraponto, apresentou dados para tentar mostrar que os compromissos não foram cumpridos.
Entre os exemplos, as promessas de "chamar para si a responsabilidade pela segurança pública", realizar uma reforma agrária "organizada, justa e pacífica", criar 10 milhões de empregos e reduzir impostos. Segundo o PFL, nenhuma delas foi cumprida.


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