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Prefeitura nega ter planejado invasão a aldeia
Prefeito de Cachoeirinha (TO) estava em viagem quando índios mataram quatro pessoas, diz assessor
DA AGÊNCIA FOLHA
A Prefeitura de Cachoeirinha
(TO) negou ontem ter planejado a invasão a uma aldeia indígena apinajé que resultou na
morte de quatro pessoas no último sábado.
Pelo menos cinco pessoas
encapuzadas, incluindo dois
secretários municipais de Cachoeirinha, invadiram a reserva, em São Bento do Tocantins
(566 km de Palmas), com a intenção de recuperar um trator.
O veículo, da Prefeitura de
Cachoeirinha, estava retido havia duas semanas pelos índios
como protesto pela instalação
de energia elétrica e de uma
ponte. Quatro invasores foram
cercados pelos apinajés e mortos a pauladas. A Polícia Federal abriu inquérito, mas até
agora ninguém foi preso.
Segundo o assessor jurídico
da Prefeitura de Cachoeirinha,
Rodrigo Coelho, se houve planejamento da ação, os responsáveis foram os dois secretários, de Finanças e Agricultura,
que acabaram mortos. Ele negou a participação do prefeito
Messias de Oliveira (PT). De
acordo com Coelho, o prefeito
estava viajando no dia dos crimes. A Polícia Militar afirma
que Oliveira esteve no local para retomar o trator.
Temendo represálias, a PF
determinou que cerca de cem
índios fossem deslocados.
A Prefeitura de Cachoeirinha
diz que vinha negociando a liberação do veículo. O município pediu à Funai (Fundação
Nacional do Índio) e ao Ministério Público para intermediar.
A Funai informou que estava
em negociação com os apinajés
para "devolução pacífica". Disse que a entrada em terra indígena precisa ter sua autorização, o que não ocorreu no caso.
Os índios afirmam que os invasores entraram atirando. Segundo José Barcelos, do Conselho Indigenista Missionário, as
lideranças disseram que não
conseguiram "conter a euforia
das pessoas".
(FELIPE BÄCHTOLD E MATHEUS PICHONELLI)
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