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Petrobras faz exigências para financiar desfile
A pedido de Lula, estatal vai destinar R$ 6 milhões ao Carnaval no Rio, mas exige ingressos e camarote
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Conclamadas pelo presidente Lula, a Petrobras e duas empresas petroquímicas, Braskem e Unipar, vão patrocinar o
desfile das escolas de samba do
Grupo Especial do Carnaval do
Rio com R$ 12 milhões. A estatal entrará com R$ 6 milhões.
Para dar o patrocínio, porém,
a Petrobras negocia contrapartidas da Liga Independente das
Escolas de Samba: camarote
para cerca de 700 pessoas, ingressos para distribuir a convidados e uso da Cidade do Samba em eventos da estatal.
A Petrobras confirma que
aportará os R$ 6 milhões, mas
diz que não fechou ainda o contrato, pois acerta com a Liga
quais serão as contrapartidas. A
companhia diz que quase todos
os seus contratos de patrocínio
incluem compensações. Segundo a assessoria da estatal, "o foco dos patrocínios é o retorno
de imagem" por meio de veiculação da marca da empresa ou
por outras ações de marketing.
O presidente da Liesa, Jorge
Castanheira, confirmou à Folha que a Liga irá ceder camarote na Sapucaí para a Petrobras e ingressos em troca do patrocínio. Castanheira afirmou
ainda que o apoio deslanchou
após o encontro com o presidente Lula. Ele diz também que
a negociação foi toda conduzida pela Petrobras, que intermediou a participação das das outras duas empresas.
O vice-presidente de Relações Institucionais da Braskem, Marcelo Lira, confirmou
que a empresa patrocinará a
Liesa, mas só divulgará o valor
após fechar o contrato. Disse
ainda que negocia as contrapartidas. Já a Unipar informou
que ainda não há um acerto.
O patrocínio foi acertado no
início do mês durante encontro
do presidente Lula com dirigentes da Liesa e das escolas,
intermediado pelo governador
do Rio, Sérgio Cabral Filho.
Ontem, o prefeito do Rio, Cesar Maia, criticou a exigência
das contrapartidas em mensagem distribuída aos leitores de
seu ex-blog: "A Petrobras e as
escolas de samba: um achaque!" À Folha, Maia disse que é
"um absurdo exigir contrapartida". "Afinal: não era doação?"
A Petrobras informou que
nunca negociou uma doação às
escolas de samba, mas um patrocínio, e que ele é uma "oportunidade para a Petrobras expor sua marca em um evento de visibilidade mundial."
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