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São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 2003

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PAINEL

Arquivo seleto
Lula ordenou a seus ministros que apurem todas as suspeitas de irregularidades herdadas da gestão FHC. Mas, caso encontrem algum problema de fato, não devem divulgar o caso, apenas comunicá-lo ao Planalto.

Hora imprópria
O Planalto considera que a divulgação, nesse momento, de eventuais escândalos nos ministérios pode atrapalhar as eleições de João Paulo (Câmara) e de José Sarney (Senado). Teme sofrer retaliações de partidos e parlamentares no Congresso.

Primeiros passos
Ciro (Integração Nacional) descobriu que seu antecessor, Luciano Barbosa, empenhou cerca de R$ 90 mi em emendas de senadores, supostamente para tentar ajudar a eleger Renan Calheiros (PMDB) na presidência do Senado. O ministro, que nega o fato, bloqueou a verba, mas não divulgou o caso.

Melhor prevenir
Após as denúncias envolvendo Anderson Adauto (Transportes), o Planalto decidiu que não quer mais o crescimento da bancada do PL na Câmara. Prefere despejar deputados no PPS, no PTB e no PDT para evitar ficar "refém" dos liberais.

Público amigo
FHC deixou para Lula vetar quatro projetos de lei, todos de deputados da base aliada do petista. As propostas tinham sido consideradas, ao menos parcialmente, sem fundamento legal pelo corpo técnico. Mas o tucano preferiu não canetá-las, para ficar como presente ao petista.

Sinal vermelho
Lula vetou totalmente dois projetos: um de Valdemar Costa Neto (PL), que regulamenta a criação de municípios, e outro de Ronaldo Vasconcellos (PL), que cria um seguro para empresas terceirizadas. Dois projetos foram sancionados em parte.

Cota partidária
Lula destinou a presidência do Departamento Nacional de Obras contra as Secas ao PT-PI. O governador Wellington Dias fará a indicação do nome.

Neopetista
Delfim Netto (PPB-SP) é o grande articulador da entrada do PPB na base de apoio do governo Lula. Espera ser escolhido para relatar a reforma tributária.

Fantasma do sacolão
O Planalto está preocupado em não deixar que o Fome Zero fique caracterizado como um plano assistencialista. Pretende incorporar ao projeto medidas de educação alimentar e de estímulo à agricultura familiar.

Fomento econômico
O governo federal planeja que parte dos alimentos do programa Fome Zero, via Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), seja comprada de assentamentos rurais, a fim de estimular a economia local.

Na onda
ONGs e imprensa argentina lançaram campanha pela criação de lei que obrigue o Estado a dar alimentação a 2,5 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade. O projeto foi batizado de "El Hambre más Urgente [A Fome mais Urgente].

O PMDB que o diga
Fernandistas pensam em mandar para José Dirceu (Casa Civil) cópia de entrevista de 98 do petista José Genoino em que ele critica a gestão FHC: "Não aceitamos rolo compressor. A relação do governo com o Congresso, com os partidos e com a sociedade tem de mudar".

Ampulheta
A cúpula do PT aposta que Renan Calheiros (PMDB-AL) desistirá oficialmente de sua candidatura à presidência do Senado durante a semana.

A conferir
José Dirceu chamou Roberto Freire ao Planalto para afirmar que o governo não trabalha para retirá-lo do comando do PPS.

TIROTEIO

De Cesar Maia (PFL-RJ), sobre o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social:
- Sempre que um governo federal tenta substituir o Parlamento por instâncias de democracia direta, como esse conselho que está sendo criado, o Legislativo se sente pressionado, constrangido e atropelado. O resultado disso nunca é bom. Às vezes é péssimo.

CONTRAPONTO

Clube do Bolinha

Na campanha, os presidentes dos partidos que apoiavam a candidatura de Lula formaram um "conselho político", que se reunia todas as sextas-feiras.
Normalmente, o encontro era aberto por José Dirceu (PT), que depois passava a palavra aos presidentes das outras siglas. Em todas as reuniões, Zuleide Faria de Melo (PCB) ficava para falar por último.
Num dos últimos encontros, quando a vitória de Lula já era dada como certa, Zuleide pediu a palavra e reclamou de sempre ficar para o final. Falou que aquilo era uma prova de machismo da sociedade política.
Ao ouvir a reclamação, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, virou-se para o petista Luiz Gushiken e ironizou:
- Ô, japonês, explica que ela tem de dar graças a Deus de poder falar porque a gente ainda não ganhou a eleição. Depois de ganhar, não vai falar mais nada!


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