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RESPOSTA
Ministro defendeu maior controle
Em nota, procuradores criticam fala de Dirceu
ANDREA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Associação Nacional dos Procuradores da República divulgou
ontem nota oficial criticando as
declarações do ministro José Dirceu (Casa Civil), que, na sexta-feira, defendeu maior controle das
atividades do Ministério Público.
Na nota, o presidente da associação, Nicolao Dino, referindo-se às declarações de Dirceu, manifesta sua "grave preocupação ante
os freqüentes ataques que vem sofrendo o Ministério Público, com
o explícito e deliberado propósito
de fragilizar a instituição, retirando-lhe poderes de investigação e
silenciando seus membros".
Na sexta-feira, no ato de desagravo ao deputado Luiz Eduardo
Greenhalgh, na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)
em São Paulo, Dirceu afirmou
que a Constituição estaria sendo
"violada diariamente por uma série de procedimentos ilegais do
Ministério Público e de alguns órgãos de imprensa". E completou:
"A lei, para esses, só vale em defesa de seus interesses".
O ato foi em razão de reportagem publicada pela Folha em 23
de dezembro de 2003 em que
Greenhalgh é acusado pelo preso
Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o Bozinho, de tê-lo torturado para obrigá-lo a assumir a autoria do assassinato do prefeito de
Santo André Celso Daniel (PT),
morto em janeiro de 2002.
Ainda conforme a nota, "as insatisfações com situações tidas
como excessivas, em casos absolutamente isolados, não têm o
condão de deslegitimar o importante trabalho social desenvolvido pelo Ministério Público".
Dino disse à Folha que "a forma
como o ministro Dirceu se pronunciou [no evento da OAB] leva
a entender que há ânimo do governo federal de restringir a atuação do Ministério Público. O que
surpreende é que o PT, um partido que ascendeu ao poder com
propósitos substancialmente democráticos, cogite de medidas de
restrição como essas".
Dirceu não foi achado ontem
para falar sobre o assunto.
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