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Garotinho é suspeito de usar máquina
e de fazer propaganda antes do tempo
DA SUCURSAL DO RIO
O pré-candidato a presidente
Anthony Garotinho (PMDB) é alvo de duas investigações do Ministério Público Eleitoral, no Rio.
Uma delas já resultou no pedido
de abertura de um inquérito policial para apurar se Garotinho, que
é marido da governadora Rosinha
Matheus, usa a máquina do governo para se promover.
Participantes do programa Cheque-Cidadão, principal projeto
social do governo para pessoas
carentes, receberam junto com a
última bolsa de R$ 100 convocação para reunião com Garotinho.
O "convite" tinha no alto o símbolo do governo do Estado do Rio
e o nome da Secretaria de Estado
da Família e da Assistência Social.
"Você, beneficiário do Cheque-Cidadão, deverá comparecer a
reunião com Anthony Garotinho
no dia 17 de janeiro, Às 14h, no
Clube Riachuelo. Sua presença é
muito importante! Compareça!."
De acordo com o procurador
regional eleitoral, Rogério Nascimento, há suspeita de "propaganda extemporânea", abuso de poder político e captação de sufrágio. As eventuais penas vão de
multa a prisão, no último caso.
Nascimento agora apura se Garotinho e Rosinha são culpados
de propaganda eleitoral antes do
tempo e promoção pessoal em
encarte publicado em dois jornais
do Rio, em dezembro.
Nas quatro páginas do material,
intitulado "Interior alavanca crescimento do Estado do Rio", Garotinho é a principal estrela. Aparece em duas fotos e é citado 11 vezes. Na capa, ocupa o centro da
mesa de discussões do seminário
"Desenvolvimento do Interior do
Estado". Na página interna, está
com destaque no alto à esquerda,
na maior foto da página, com o logotipo do governo ao fundo.
Nos textos, há 18 comparações
de dados entre 1998 e 2004, mostrando evolução do Estado no período gerido pelo casal.
O Ministério Público Eleitoral
iniciou investigação após receber
representação do deputado estadual Paulo Ramos (PDT).
O governo do Estado informou
que o encarte "não é matéria paga
nem informe publicitário" e que
apenas co-patrocinou o evento,
promovido pelo jornal "O Globo"
e pela Fecomércio. O governo
afirmou que o texto é do jornal.
Ascânio Selene, editor-executivo de "O Globo" disse que o material sobre Garotinho é um projeto
de marketing da empresa e "que
não há participação de nenhum
repórter do jornal na produção
do material impresso, para a qual
"O Globo" contratou uma empresa de assessoria de imprensa.
(RAPHAEL GOMIDE)
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