São Paulo, quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

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Garotinho é suspeito de usar máquina e de fazer propaganda antes do tempo

DA SUCURSAL DO RIO

O pré-candidato a presidente Anthony Garotinho (PMDB) é alvo de duas investigações do Ministério Público Eleitoral, no Rio. Uma delas já resultou no pedido de abertura de um inquérito policial para apurar se Garotinho, que é marido da governadora Rosinha Matheus, usa a máquina do governo para se promover.
Participantes do programa Cheque-Cidadão, principal projeto social do governo para pessoas carentes, receberam junto com a última bolsa de R$ 100 convocação para reunião com Garotinho.
O "convite" tinha no alto o símbolo do governo do Estado do Rio e o nome da Secretaria de Estado da Família e da Assistência Social. "Você, beneficiário do Cheque-Cidadão, deverá comparecer a reunião com Anthony Garotinho no dia 17 de janeiro, Às 14h, no Clube Riachuelo. Sua presença é muito importante! Compareça!."
De acordo com o procurador regional eleitoral, Rogério Nascimento, há suspeita de "propaganda extemporânea", abuso de poder político e captação de sufrágio. As eventuais penas vão de multa a prisão, no último caso.
Nascimento agora apura se Garotinho e Rosinha são culpados de propaganda eleitoral antes do tempo e promoção pessoal em encarte publicado em dois jornais do Rio, em dezembro.
Nas quatro páginas do material, intitulado "Interior alavanca crescimento do Estado do Rio", Garotinho é a principal estrela. Aparece em duas fotos e é citado 11 vezes. Na capa, ocupa o centro da mesa de discussões do seminário "Desenvolvimento do Interior do Estado". Na página interna, está com destaque no alto à esquerda, na maior foto da página, com o logotipo do governo ao fundo.
Nos textos, há 18 comparações de dados entre 1998 e 2004, mostrando evolução do Estado no período gerido pelo casal.
O Ministério Público Eleitoral iniciou investigação após receber representação do deputado estadual Paulo Ramos (PDT).
O governo do Estado informou que o encarte "não é matéria paga nem informe publicitário" e que apenas co-patrocinou o evento, promovido pelo jornal "O Globo" e pela Fecomércio. O governo afirmou que o texto é do jornal.
Ascânio Selene, editor-executivo de "O Globo" disse que o material sobre Garotinho é um projeto de marketing da empresa e "que não há participação de nenhum repórter do jornal na produção do material impresso, para a qual "O Globo" contratou uma empresa de assessoria de imprensa. (RAPHAEL GOMIDE)


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