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Em discurso afinado com o de Serra, Alckmin faz críticas a governo Lula
CONRADO CORSALETTE
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Em disputa por espaço no PSDB
com o prefeito paulistano José
Serra para tentar a vaga de candidato do partido à Presidência, o
governador Geraldo Alckmin
(SP) endureceu o discurso contra
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva ao dizer não ver razão para
um segundo mandato do petista.
"O governo Lula não merece
nem um dia a mais. O Brasil não
pode perder tempo." Alckmin
disse que o governo "desmistificou muita coisa". "Agora é pão,
pão, queijo, queijo, coisas mais
práticas na questão de como implementar as reformas mais rapidamente e as mais necessárias para termos crescimento forte."
Ao concordar com a decisão da
cúpula tucana de não realizar prévias para definir o candidato do
partido à Presidência, em reunião
anteontem em Brasília, Alckmin
pediu pressa na escolha do nome
que irá disputar a eleição.
Postulante à indicação, ele apresentou ao presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), argumentos que, na sua opinião, o credenciam para concorrer ao Planalto. O partido pretende definir
seu presidenciável em março.
Ontem, Alckmin teve encontro
em Belo Horizonte com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). A sua ofensiva ocorre
num momento de desvantagem
em relação a Serra, que já tem destinado parte de seus discursos para críticas ao governo federal.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, cacique tucano
com maior influência no partido,
já demonstrou a colegas sua predileção pela escolha de Serra, conforme a Folha relatou ontem.
Alckmin, porém, diz que nada
está definido e tenta fortalecer seu
nome com viagens pelo país.
"Nunca ouvi isso [preferência de
FHC por Serra]. Vejo notinha
aqui, notinha ali, mas, nas conversas que tenho com ele, ele tem sido uma liderança partidária."
No mesmo dia, contudo, adotou o tom mais duro, similar ao de
Serra -até aqui, Alckmin falava
numa campanha "propositiva".
Outro fator que pesa contra
Alckmin é a preferência do PFL,
principal aliado do PSDB, por
Serra. Se o prefeito deixar o cargo
para disputar a eleição, seu vice, o
pefelista Gilberto Kassab, terá o
comando da maior cidade do país
por dois anos e nove meses.
Os caciques tucanos começam
agora a definir os critérios para a
escolha do nome do seu presidenciável. O governador disse estar
disposto a concordar com os critérios. Nos próximos dias, Tasso
se encontrará com Serra para tratar do mesmo assunto.
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