São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

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Pauta surgiu após blitz contra o trabalho clandestino na cidade

DA REDAÇÃO

A idéia de se infiltrar entre os imigrantes ilegais que trabalham em confecções paulista nas começou a surgir em 27 de setembro, quando Antônio Gaudério foi pautado para ilustrar uma reportagem de Dinheiro sobre uma blitz de procuradores que flagrou bolivianos em condições degradantes.
O editor de Fotografia, Toni Pires, liberou Gaudério de algumas tarefas para que ele pudesse preparar uma cobertura mais aprofundada. Ele passou a freqüentar a feira na praça Kantuta, no Pari, onde se reúnem os bolivianos da capital, para fazer contatos e recolher anúncios de trabalho, e começou a estudar corte e costura.
De posse dessas informações, Gaudério propôs à editoria o plano de refazer todo o percurso dos bolivianos para documentar a condição dos trabalhadores clandestinos que, com medo de serem deportados, aceitam trabalhar praticamente confinados, dormindo e se alimentando nas próprias oficinas. A Secretaria de Redação aprovou a idéia.
Diversos cuidados foram tomados. Gaudério não utilizou nomes ou documentos falsos. Para evitar prejuízos a terceiros, todos os nomes dos personagens foram alterados, nenhum endereço foi citado e as fotos escolhidas não permitem a identificação das pessoas.
Após a publicação da reportagem, uma força-tarefa de procuradores intensificou o combate à exploração do trabalho de estrangeiros. Na estimativa do Centro de Apoio ao Migrante, vivem no Estado de São Paulo 100 mil bolivianos irregulares e 60 mil em situação legal. Desde o acordo bilateral Brasil-Bolívia de 2005, 42 mil bolivianos já se regularizaram.

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