São Paulo, terça-feira, 19 de março de 2002

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PAINEL

Lição de casa
FHC pediu para José Serra procurar pessoalmente os dirigentes do PFL a fim de tentar trazer o partido de volta à aliança. Para o presidente, o tucano tem de mostrar ao PFL que a sigla terá um papel importante no governo, caso seja eleito.

Mel e abelhas
A perspectiva de poder, acredita FHC, aguçará o PFL. Na visão presidencial, José Serra, se costurar com muita habilidade, terá como atrair a maioria do partido e isolar ACM, Cesar Maia e a família Sarney.

Cabo eleitoral
FHC levará Serra no dia 27 a MT para a inauguração de uma ponte que ligará Cuiabá a Várzea Grande e de uma estrada entre o Brasil e a Bolívia. Após as cerimônias, para atrair os eleitores, haverá um show com o cantor sertanejo Daniel.

Mistura de estação
Aconselhado por advogados, FHC estuda modificar a propaganda do governo federal que está no ar. A publicidade é muito semelhante ao programa eleitoral de Serra, o que pode render ao presidente processos por improbidade administrativa.

Assinatura pessoal
Os advogados do governo dizem que o slogan "Brasil: Oito anos construindo o futuro" poderá trazer problemas a FHC. É possível que a Justiça o considere uma promoção pessoal.

Dia marcante
O ex-secretário da Presidência Eduardo Jorge recebeu ontem a notícia da quebra do seu sigilo bancário justamente quando voltava, pela primeira vez, à cidade natal de Baturité (CE). Estava refletindo sobre a vida.

Conhecimento de causa
Jean Ziegler, consultor da ONU que criticou a violência no Brasil, dedicou um livro seu, de 98, ao afilhado brasileiro Luiz Carlos Pereira, "assassinado em 14 de maio de 91, no morro Santa Teresa, por um esquadrão da morte da PM do Rio de Janeiro".

Agora é bom
Depois de tanto reclamar de Suplicy por causa das prévias, a cúpula do PT acabou fazendo um balanço positivo da disputa interna. Considera que serviu para mobilizar o partido e para mostrar à sociedade que o PT é "diferente dos outros".

Afinar discurso
Lula reunirá os líderes do campo majoritário do PT na próxima sexta-feira. Pauta: a possível aliança com o PL, que será bombardeada pela esquerda do partido na reunião do diretório nacional, no dia seguinte.

Defesa condicional
O PFL gravará novos comerciais com Roseana, nos quais ela irá se defender da investigação feita na sua empresa. Detalhe: previstas para meados de abril, as inserções com a pefelista somente irão ao ar se ela não cair ainda mais nas pesquisas.

Nome aos bois
Presidente da comissão da Abin no Congresso, Jefferson Péres (PDT) vai propor hoje a aprovação de um convite para que Sarney fale sobre a acusação de que Roseana foi vítima de arapongas. O general Alberto Cardoso (Segurança Institucional) deve ser convocado.

Novo endereço
Anthony Garotinho (PSB-RJ) começou a mudar-se ontem do Palácio Laranjeiras para uma casa que alugou no Rio. Segundo ele, é a prova de que irá deixar o governo no próximo dia 4 para concorrer à Presidência.

Visita à Folha
Aécio Neves (PSDB-MG), presidente da Câmara dos Deputados, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do deputado Marcos Cintra (PFL-SP), presidente da Comissão de Economia, Indústria e Comércio, de Guilherme Horta Gonçalves Jr., secretário particular do presidente da Câmara, e de Celson Franco, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Do presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, Marfan Martins, sobre o PFL tentar ressuscitar a Lei da Mordaça:
- Para o público, o PFL diz que foi vítima de armação do Executivo. Mas, na prática do Legislativo, o partido faz retaliação contra o Ministério Público, tentando dificultar ao máximo investigações legais.

CONTRAPONTO

Campanha de cinema

Ao ser questionado sobre o crescimento de José Serra nas pesquisas, o publicitário Elísio Pires, que hoje está na campanha de Anthony Garotinho (PSB-RJ), lembrou-se de uma história contada por Tancredo Neves, com quem trabalhou.
No início dos anos 80, o ex-ministro Delfim Netto cogitou a possibilidade de disputar o governo de SP e contratou uma pesquisa de intenções de voto.
Os resultados animaram Delfim. Em Brasília, encontrou Tancredo Neves e comemorou:
- Tancredo, viu como minha performance está boa?
O mineiro respondeu, referindo-se à abertura dos filmes da produtora americana Metro-Goldwyn-Mayer:
- Você está como o leão da Metro.
- Como assim? - quis saber Delfim.
- No começo, urra e urra. Depois, é só fita...



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