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Atraso em votação deve prejudicar ação social
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ausência temporária da
CPMF (imposto do cheque) pode
atrapalhar a execução orçamentária de pelo menos 20 programas
da área social do governo. Neste
ano, o governo pretendia acelerar
esses gastos, porque em 2001 apenas 64% da arrecadação foi transformada em despesas.
O governo arrecadou R$ 17,2 bilhões com a CPMF no ano passado, mas, segundo o Tesouro Nacional, apenas R$ 11 bilhões foram
gastos. Cerca de R$ 1,3 bilhão destinado ao fundo de combate à pobreza foi transferido para 2002,
ano eleitoral, porque a regulamentação do fundo atrasou e não
foi possível gastar o dinheiro.
Outra parte da arrecadação se
transformou em "restos a pagar"
por problemas operacionais dos
ministérios. Ou seja, as despesas
foram contratadas em 2001, mas
só devem ser concluídas este ano.
Para 2002, a expectativa era arrecadar R$ 20 bilhões com a
CPMF, caso não houvesse problemas na prorrogação da sua vigência, que termina em 17 de junho.
Oficialmente, o governo ainda
não trabalha com a possibilidade
de novos cortes no Orçamento ou
com aumento de impostos.
"Ainda estamos no plano A, que
é a aprovação imediata da emenda", disse à Folha o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Guilherme Dias.
Para não ter de cortar na área
social ou prejudicar ainda mais os
investimentos programados para
este ano, o governo pode optar
por fazer cortes combinados com
o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) ou do
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Saúde
No ano passado, 47% dos gastos
com recursos da CPMF foram
destinados ao SUS (Sistema Único de Saúde). Outros 33% foram
alocados no pagamento de benefícios da Previdência Social.
O restante ficou dividido entre
vários programas da área de saúde, como Saúde da Família, assistência farmacêutica e Bolsa-Alimentação. Neste ano, o fundo de
combate à pobreza deverá receber
R$ 5,5 bilhões mais R$ 1,3 bilhão
que ficou do ano passado. No fundo, o principal programa é o Bolsa-Escola.
Ainda no fundo, está programado mais R$ 1,1 bilhão para a área
de saneamento e para a eletrificação de áreas urbanas de pequenas
comunidades. Também estão
previstos recursos para o programa de erradicação do trabalho infantil, para sistemas de abastecimento de água em escolas públicas, ensino médio e assistência a
idosos, deficientes e crianças.
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