São Paulo, terça-feira, 19 de março de 2002

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PF não recolheu 6 fitas durante busca na Lunus

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal deixou de recolher seis fitas cassete encontradas no escritório da empresa Lunus, da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), e seu marido, Jorge Murad.
Os delegados e agentes que fizeram a busca e apreensão no último dia 1º, por determinação da Justiça Federal do Tocantins, não chegaram a ouvir as fitas.
Os policiais aceitaram a explicação dada pelo advogado da empresa, Vinícius Martins, de que as fitas continham discursos que seriam usados na campanha eleitoral de Roseana. Também foram encontradas no escritório fitas de vídeo contendo propaganda do governo do Estado.
A PF afirma desconhecer a versão de que as fitas continham conversas gravadas por sistema de escuta acoplado ao aparelho telefônico do escritório. Nesse caso, as fitas poderiam conter provas contra Murad e Roseana.
Os policiais afirmam que não deram importância às fitas porque estavam ocupados com a descoberta do dinheiro encontrado nos cofres da empresa.
Durou cerca de duas horas a contagem das 26.800 notas de R$ 50, num total de R$ 1,34 milhão. Na operação, um dos agentes chegou a jogar no lixo o envelope pardo que revestia um dos pacotes com parte do dinheiro, com a inscrição "Construtora Sucesso, Remet: Aldemi. Para o setor de tesouraria. Att: Sr. Auclides".
O envelope foi recolhido por um dos delegados, emendado com fita adesiva e fotografado.
Para falar sobre a operação na Lunus, os delegados Paulo de Tarso Gomes e Hélbio Dias Leite, além do diretor-geral da PF, Agílio Monteiro, vão prestar depoimento amanhã na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. A sessão será secreta.



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