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Empresa de SC é alvo de investigação
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O procurador da República
João Marques Brandão Neto encaminha hoje à Vara Federal Criminal de Blumenau (SC) representação que visa apurar se a empresa Hayashi e Cia Ltda. incorreu em crime de sonegação fiscal.
A empreiteira de Blumenau está
fechada desde 95, mas consta da
relação de quatro empresas que
ficaram com cerca de R$ 10 milhões, correspondente à metade
dos recursos liberados pela extinta Sudam ao projeto Nova Holanda (MA). A Procuradoria no Tocantins procura provas de fraudes
na distribuição de verbas da extinta Sudam à Nova Holanda.
Para a Hayashi teriam sido destinados cerca de R$ 4,8 milhões.
A empreiteira tem dívidas junto
à Receita Federal e ao INSS que
estão próximas de R$ 3,4 milhões.
Há 25 processos contra a empresa
na Vara de Execuções Fiscais da
Justiça Federal de Blumenau. Os
oficiais de Justiça tentam desde
dezembro notificar o sócio majoritário, José Roberto dos Santos,
mas ele não é encontrado.
A suspeita da PF é que a Hayashi
seja um elo com o controlador da
Momento Engenharia, de Curitiba, Lauro Luiz Leone Vianna, presidente das empresas maranhenses Nova Holanda e Agrima. A
Agrima pertenceu à governadora
Roseana Sarney (PFL-MA) e a seu
marido, Jorge Murad. A suspeita é
que a Agrima ainda esteja ligada
às empresas do casal.
Em Blumenau, a Momento
mantém uma filial. A empresa é a
segunda maior acionista da Nova
Holanda. A primeira é a Agrima.
Num círculo vicioso de operações
irregulares, as duas principais
acionistas também sacaram dinheiro da extinta Sudam, por supostos serviços prestados ao projeto. Juntas, receberam cerca de
R$ 4,3 milhões.
Outro lado
O sócio majoritário da Hayashi,
José Roberto dos Santos, não foi
localizado pela Agência Folha. O
sócio minoritário Ailton Peireira
da Silva tem repetido declarações
à imprensa de que desconhece o
pagamento da Nova Holanda. Os
antigos sócios, da família Hayashi, não falam sobre o assunto.
A Agência Folha tentou novamente falar com Leone Vianna,
mas suas secretárias repetem que
ele "está viajando" e seus dois celulares estão desligados.
Na única entrevista a um jornal
de Blumenau, Vianna admitiu
que a Momento recebeu pagamentos da Nova Holanda. "Era
dinheiro da Nova Holanda, não
da Sudam", afirmou.
A reportagem também renovou
contatos com o gerente da Nova
Holanda/Agrima, Rudolf Armand Portier, que administra o
projeto do Maranhão, na filial de
Curitiba, mas foi avisada de que
ele não estava na empresa.
(MT)
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