São Paulo, terça-feira, 19 de março de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresa de SC é alvo de investigação

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O procurador da República João Marques Brandão Neto encaminha hoje à Vara Federal Criminal de Blumenau (SC) representação que visa apurar se a empresa Hayashi e Cia Ltda. incorreu em crime de sonegação fiscal.
A empreiteira de Blumenau está fechada desde 95, mas consta da relação de quatro empresas que ficaram com cerca de R$ 10 milhões, correspondente à metade dos recursos liberados pela extinta Sudam ao projeto Nova Holanda (MA). A Procuradoria no Tocantins procura provas de fraudes na distribuição de verbas da extinta Sudam à Nova Holanda.
Para a Hayashi teriam sido destinados cerca de R$ 4,8 milhões.
A empreiteira tem dívidas junto à Receita Federal e ao INSS que estão próximas de R$ 3,4 milhões. Há 25 processos contra a empresa na Vara de Execuções Fiscais da Justiça Federal de Blumenau. Os oficiais de Justiça tentam desde dezembro notificar o sócio majoritário, José Roberto dos Santos, mas ele não é encontrado.
A suspeita da PF é que a Hayashi seja um elo com o controlador da Momento Engenharia, de Curitiba, Lauro Luiz Leone Vianna, presidente das empresas maranhenses Nova Holanda e Agrima. A Agrima pertenceu à governadora Roseana Sarney (PFL-MA) e a seu marido, Jorge Murad. A suspeita é que a Agrima ainda esteja ligada às empresas do casal.
Em Blumenau, a Momento mantém uma filial. A empresa é a segunda maior acionista da Nova Holanda. A primeira é a Agrima. Num círculo vicioso de operações irregulares, as duas principais acionistas também sacaram dinheiro da extinta Sudam, por supostos serviços prestados ao projeto. Juntas, receberam cerca de R$ 4,3 milhões.

Outro lado
O sócio majoritário da Hayashi, José Roberto dos Santos, não foi localizado pela Agência Folha. O sócio minoritário Ailton Peireira da Silva tem repetido declarações à imprensa de que desconhece o pagamento da Nova Holanda. Os antigos sócios, da família Hayashi, não falam sobre o assunto.
A Agência Folha tentou novamente falar com Leone Vianna, mas suas secretárias repetem que ele "está viajando" e seus dois celulares estão desligados.
Na única entrevista a um jornal de Blumenau, Vianna admitiu que a Momento recebeu pagamentos da Nova Holanda. "Era dinheiro da Nova Holanda, não da Sudam", afirmou.
A reportagem também renovou contatos com o gerente da Nova Holanda/Agrima, Rudolf Armand Portier, que administra o projeto do Maranhão, na filial de Curitiba, mas foi avisada de que ele não estava na empresa. (MT)



Texto Anterior: PF não recolheu 6 fitas durante busca na Lunus
Próximo Texto: Panorâmica - Monistério público: CCJ coloca em votação a Lei da Mordaça
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.