São Paulo, segunda-feira, 19 de março de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Tudo contra

O PMDB não fará esforço para instalar Waldemir Moka (MS) no Ministério da Agricultura. Não bastasse a má vontade de Lula com o deputado, o partido avalia que seria grande o risco de repetir o fiasco Odílio Balbinotti (PR), dado que Moka foi atingido de raspão pelo escândalo sanguessuga. Chegou a ser citado pelos Vedoin. Por fim, haveria encrenca certa com Zeca do PT e outros aliados do governo em Mato Grosso do Sul. Já Reinhold Stephanes (PR), embora egresso do governo FHC, teria a vantagem de ser do mesmo Estado de Balbinotti. "Seria bom não tirar o doce da boca do Requião", diz um peemedebista.

Média 1. A nova lista de opções do PMDB para a Agricultura visa apenas agradar a bancada na Câmara. A maioria dos nomes não emplaca por ter padrinhos para quem o governo torce o nariz.

Média 2. Dois exemplos são Tadeu Filippelli (DF), ligado ao senador Joaquim Roriz (PMDB), e Valdir Colatto (SC), ex-secretário do governador catarinense Luiz Henrique da Silveira (PMDB).

Questão de sorte. Um peemedebista analisa a situação de dois antagonistas: "O Geddel acertou a vida ao apoiar o Jaques Wagner, mas o Renan está arriscando a dele ao bancar o Teotonio Vilela".

Pé atrás. Informado de que Lula avalia tirar do Ministério das Cidades os projetos de habitação do PAC, o PP, dono da pasta, promete colocar a boca no trombone se a idéia vingar.

Tapete vermelho. O ex-governador do Ceará Lúcio Alcântara, que trocou o PSDB pelo PR, deverá assumir cargo no Palácio do Planalto a convite de Lula. Provavelmente no Ministério das Relações Institucionais, como sub de Walfrido dos Mares Guia.

Pacote. O filho deputado de Alcântara, Leo, indicará o chefe das Docas de Fortaleza. O deputado Vicente Arruda ficou com o Ibama, para o qual indicará Romeu Aldigheri. Outro deputado, Marcelo Teixeira, indicou Pedro Wilton Clares para o Dnit cearense. A turma toda foi para o PR.

Classificados. O ex-deputado João Caldas perambula pelo Congresso em busca de um emprego de assessor. Envolvido no escândalo dos sanguessugas, não conseguiu se reeleger e perdeu o comando do Porto de Maceió (AL) para Maurício Quintella Lessa, ex-PDT e recém-filiado ao PR.

Censo. Segundo estudo que o TSE divulga hoje, há 503 mil brasileiros com direitos políticos suspensos. Desses, 374 mil têm condenação criminal.

Em tempo. Nem Roberto Jefferson nem Zé Dirceu tiveram direitos políticos suspensos. Os deputados cassados, isso sim, estão inelegíveis.

Pólvora 1. Arrozeiros e índios de Roraima, que desde a demarcação contínua da reserva Raposa-Serra do Sol vivem em litígio, estão próximos de novo confronto aberto. Os primeiros foram informados de que a Polícia Federal prepara uma operação para tirá-los da reserva.

Pólvora 2. Os arrozeiros prometem resistir. Cobram do governo o cumprimento de acordo para instalá-los em outra região e reembolsá-los de recursos em tecnologia.

Expert. O governador Blairo Maggi (PR), inimigo número um dos ambientalistas graças ao avanço das plantações de soja em Mato Grosso, é convidado da ONU em seminário sobre desenvolvimento sustentável, no próximo mês.

Acéfala. A Câmara está sem chefia de segurança há três semanas, algo inédito. O ex-responsável, Renato Câmara, que comandou a reação à invasão do MLST à Casa no ano passado, foi afastado por Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Tiroteio

O prefeito Kassab democratizou as enchentes. Agora, também a classe média fica alagada.


Do deputado estadual RUI FALCÃO (PT-SP), secretário de Governo na gestão de Marta Suplicy, sobre os pontos de alagamento registrados na semana passada em bairros nobres de São Paulo, como Pinheiros.

Contraponto

Quase famoso

Ricardo Berzoini conversava no plenário da Câmara, na semana passada, quando foi chamado pelo deputado e correligionário Décio Lima (SC), que queria apresentá-lo ao prefeito de Timbó (SC), Oscar Schneider, e a um vereador que o acompanhava na visita a Brasília.
Conversaram por alguns minutos e, quando Berzoini deu as costas, o vereador perguntou:
-Prefeito, quem é esse mesmo?
-O Berzoini-, explicou Schneider.
-Ah, o ministro da Previdência?
-Não, o presidente do PT!-, respondeu o deputado.


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