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Após queda, PMDB reabre disputa pela Agricultura
Decisão de nome do ministro pode ser tomada hoje em encontro de Temer com Lula
Tadeu Filippelli, Waldemir Moka e Reinhold Stephanes são os mais cotados; outros dois deputados indicados já foram investigados no STF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A desistência de Odílio Balbinotti para o Ministério da Agricultura acirrou a disputa dentro do PMDB pelo cargo. Três
dos 91 deputados federais do
PMDB são os mais cotados: Tadeu Filippelli (DF), Waldemir
Moka (MS) e Reinhold Stephanes (PR). A decisão pode sair
hoje em reunião do presidente
nacional da legenda, Michel
Temer, com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Se Lula se limitar à lista apresentada pelo PMDB para o cargo, poderá enfrentar novo episódio Balbinotti, que desistiu
da indicação anteontem, após
suspeita de usar laranjas para
obter empréstimo bancário.
Dois dos nomes sugeridos
pelo PMDB -Fernando Diniz
(MG) e Valdir Colatto- já foram alvos de investigações movidas pelo Ministério Público
no Supremo Tribunal Federal
por suspeitas de corrupção e
falsidade ideológica, entre outras acusações. A Folha não
conseguiu localizá-los ontem.
Outros três -Filippelli, Stephanes e Moka- são ex-adversários ferrenhos dos petistas
que agora procuram se aproximar de Lula para ter chance de
levar a vaga. O derradeiro nome, Eunício Oliveira (CE), esbarra no pouco apoio na bancada federal para voltar a ser ministro -já ocupou a pasta das
Comunicações no primeiro
mandato de Lula.
Dos candidatos à vaga, quem
se movimentou mais ostensivamente é Filippelli. Ex-inimigo do PT do Distrito Federal,
ele tem hoje relação civilizada
com caciques do partido, como
o deputado Geraldo Magela
(DF). Mas, na campanha de
2002 ao governo do DF, chegou a pedir no STF apuração de
crime contra Magela.
No final de semana, Filippelli
procurou Temer e o líder da
bancada peemedebista, Henrique Alves (RN), para sondar
quais são suas chances. Ele tem
três trunfos a seu favor: é do
Centro-Oeste, uma região predominantemente agrícola; tem
a simpatia de Arlindo Chinaglia (PT-SP), a quem ajudou na
eleição para presidir a Câmara;
e construiria uma ponte com o
influente senador e ex-governador do DF, Joaquim Roriz.
Já Moka alega que as críticas
a Lula são coisa do passado.
Stephanes é respeitado em todos os partidos, mas foi ministro do governo FHC.
A lista de processos que já
passaram pelo STF envolvendo
Colatto é extensa. Vai desde
ações propostas pelo Ministério Público por suspeita de peculato (delito praticado por
funcionário público em razão
do cargo), de crime contra a fé
pública, de falsidade ideológica
e de favorecimento à sonegação fiscal. Hoje, o sistema do
Ministério da Fazenda não
emite certidão negativa conjunta de débitos relativos a tributos federais e à dívida ativa
da União para Colatto. Ou seja,
ele tem impostos pendentes.
A Folha não conseguiu confirmar o resultado dos processos contra o deputado, dos
quais a maioria voltou à Justiça
de Santa Catarina, onde as
ações tiveram origem.
No início dos anos 90, Fernando Diniz chegou a ser investigado em processo no STF
por suspeitas de crime eleitoral
e corrupção. Mas o caso foi arquivado.
(FÁBIO ZANINI, KENNEDY ALENCAR E LEONARDO SOUZA)
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