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Ex-opositor, Moka agora admira presidente
FÁBIO ZANINI
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cotado para o Ministério da
Agricultura, o deputado federal
Waldemir Moka (PMDB-MS)
revelou-se ontem um admirador do presidente Lula e se colocou à disposição para ajudar
seu governo e o país.
Moka era, meses atrás, um
dos principais líderes da facção
pró-Geraldo Alckmin em seu
partido e crítico do governo.
"É um segundo mandato, novo começo. Estou disposto a colaborar, se houver convite. Não
teria direito de dizer não a um
chamado do presidente e a uma
indicação do partido", disse.
Levantamento dos discursos
do deputado na Câmara mostra
um parlamentar mordaz contra várias políticas do governo.
"Não adianta essa história de
Bolsa Família (...). Daqui a pouco, metade da população terá
de receber algum tipo de auxílio por meio de bolsas porque
acabará o emprego", afirmou,
em fevereiro do ano passado.
Ontem, ele tentava explicar a
crítica. "Não desqualifico o Bolsa Família, que considero importante. O problema é a perda
de eficácia do programa em um
cenário de juros altos e câmbio
sobrevalorizado", afirmou.
No início da campanha eleitoral, Moka batalhou pelo
apoio de seu partido a Alckmin.
"Segundo a imprensa, o PMDB
já está com o presidente Lula.
Não é verdade!", disse na época.
No ano passado, envolveu-se
em disputa tensa pela liderança
da bancada na Câmara com
Wilson Santiago (PB), da ala lulista e foi derrotado.
O deputado disse que sua disputa política com o PT é decorrência da situação regional que
ele vive. "Meu adversário é o PT
de Mato Grosso do Sul. Apoiamos a candidatura do Alckmin
porque temos rivalidade histórica com os petistas no Estado",
declarou ele, que é presidente
estadual do PMDB e cujo principal obstáculo ao ministério
deve ser a oposição do ex-governador de MS, Zeca do PT.
Primos, Moka e Zeca são inimigos políticos. Zeca passou o
fim de semana com Lula, segundo um assessor do petista.
Em julho de 2006, Moka foi
citado no primeiro depoimento
à Justiça do empresário Luiz
Antônio Vedoin, acusado de ser
chefe da máfia dos sanguessugas. Um mês depois, Vedoin o
inocentou. Moka não foi citado
no relatório final da CPI.
"Com relação ao deputado
Waldemir, apesar de ter sido
tratado pagamento de 10%, a título de comissão [por emenda
destinada à compra de ambulância], nenhum valor chegou a
ser repassado", disse Vedoin
inicialmente à Justiça. Em
agosto de 2006, em depoimento à CPI, o empresário disse
que "não houve tratativa".
Colaborou HUDSON CORRÊA , da Agência Folha,
em Rondonópolis
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