São Paulo, segunda-feira, 19 de março de 2007

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Ex-opositor, Moka agora admira presidente

FÁBIO ZANINI
LEONARDO SOUZA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cotado para o Ministério da Agricultura, o deputado federal Waldemir Moka (PMDB-MS) revelou-se ontem um admirador do presidente Lula e se colocou à disposição para ajudar seu governo e o país.
Moka era, meses atrás, um dos principais líderes da facção pró-Geraldo Alckmin em seu partido e crítico do governo.
"É um segundo mandato, novo começo. Estou disposto a colaborar, se houver convite. Não teria direito de dizer não a um chamado do presidente e a uma indicação do partido", disse. Levantamento dos discursos do deputado na Câmara mostra um parlamentar mordaz contra várias políticas do governo.
"Não adianta essa história de Bolsa Família (...). Daqui a pouco, metade da população terá de receber algum tipo de auxílio por meio de bolsas porque acabará o emprego", afirmou, em fevereiro do ano passado.
Ontem, ele tentava explicar a crítica. "Não desqualifico o Bolsa Família, que considero importante. O problema é a perda de eficácia do programa em um cenário de juros altos e câmbio sobrevalorizado", afirmou.
No início da campanha eleitoral, Moka batalhou pelo apoio de seu partido a Alckmin.
"Segundo a imprensa, o PMDB já está com o presidente Lula. Não é verdade!", disse na época.
No ano passado, envolveu-se em disputa tensa pela liderança da bancada na Câmara com Wilson Santiago (PB), da ala lulista e foi derrotado.
O deputado disse que sua disputa política com o PT é decorrência da situação regional que ele vive. "Meu adversário é o PT de Mato Grosso do Sul. Apoiamos a candidatura do Alckmin porque temos rivalidade histórica com os petistas no Estado", declarou ele, que é presidente estadual do PMDB e cujo principal obstáculo ao ministério deve ser a oposição do ex-governador de MS, Zeca do PT. Primos, Moka e Zeca são inimigos políticos. Zeca passou o fim de semana com Lula, segundo um assessor do petista.
Em julho de 2006, Moka foi citado no primeiro depoimento à Justiça do empresário Luiz Antônio Vedoin, acusado de ser chefe da máfia dos sanguessugas. Um mês depois, Vedoin o inocentou. Moka não foi citado no relatório final da CPI.
"Com relação ao deputado Waldemir, apesar de ter sido tratado pagamento de 10%, a título de comissão [por emenda destinada à compra de ambulância], nenhum valor chegou a ser repassado", disse Vedoin inicialmente à Justiça. Em agosto de 2006, em depoimento à CPI, o empresário disse que "não houve tratativa".


Colaborou HUDSON CORRÊA , da Agência Folha, em Rondonópolis


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