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Enquadrada, Marta deve aceitar Turismo
Lula temia conflito com a chefe da Casa Civil e antecipação do debate eleitoral se ex-prefeita fosse para a pasta das Cidades
Formuladores políticos da
petista permanecerão em
São Paulo, trabalhando por
sua candidatura a prefeita
da capital no ano que vem
VALDO CRUZ
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O temor de um conflito entre
Dilma Rousseff (Casa Civil) e
Marta Suplicy foi o fator que
mais pesou para o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva oferecer oficialmente hoje, ao meio-dia no Planalto, a pasta do Turismo e não a da Cidades para a
ex-prefeita Marta Suplicy.
Em conversa reservada
quando avaliava aonde encaixar Marta no primeiro escalão,
Lula foi pressionado por ministros a indicá-la para as Cidades,
primeira opção da petista. Ex-prefeita da maior cidade do
país, ela tem perfil para esse
ministério, argumentavam.
Segundo a Folha apurou, Lula disse que conhecia "o gênio"
de Dilma e Marta. Afirmou que
grande parte das obras do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) seriam tocadas
pelo Ministério das Cidades.
Dilma é a gerente do PAC, e
Lula julgou que poderia haver
um curto-circuito entre ela e
Marta. O atual titular das Cidades, Márcio Fortes, segue à risca as orientações da ministra.
Além disso, seu partido, o PP,
resistiu à mudança. A pressão
do PT também pesou contra a
ex-prefeita de São Paulo.
Lula chegou a dizer em reunião reservada que achava bom
Marta ser ministra, pois se sentia grato a ela pela ajuda na
campanha presidencial de
2006. Nessa conversa, aventou
Educação e Cidades.
Mas declarações públicas de
aliados da ex-prefeita e de dirigentes do PT fizeram Lula se
sentir "com a faca no peito".
Lula também achou prematuras e prejudiciais a seu governo as declarações de petistas
aventando a possibilidade de
Marta concorrer ao Planalto,
antecipando um debate na imprensa que o presidente quer
manter em banho-maria.
De seu lado, Marta adotou a
estratégia de "submergir" e
venceu pelo cansaço, já que resistiu à "fritura" do Planalto
para que desistisse publicamente da Esplanada.
Equipe técnica
Segundo seu grupo em São
Paulo, a ex-prefeita deverá
aceitar o ministério na configuração atual, mas tentará arrancar do presidente o controle da
Infraero ou do auxílio governamental para a realização da Copa do Mundo de 2014. No primeiro caso, a idéia encontra resistência entre os militares.
Para eles, Marta usará a Infraero por um ano, até se desincompatibilizar em março de
2008 para disputar a Prefeitura
de São Paulo, hipótese que a petista deverá descartar publicamente após a conversa com Lula hoje, mas que permanecerá
forte no PT paulista.
Marta planeja montar uma
equipe técnica na pasta. Seus
principais formuladores políticos, como o deputado estadual
Rui Falcão, e o dirigente petista
Valdemir Garreta, ficarão em
São Paulo, de olho no cenário
eleitoral do ano que vem.
Celso Marcondes, ex-presidente da Anhembi Turismo, na
capital paulista, deverá ser convidado para atuar com Marta.
Lula tem encontrado dificuldade para achar substitutos para as pastas do Desenvolvimento, hoje chefiada por Luiz Fernando Furlan, e Defesa, comandada por Waldir Pires.
O presidente disse a ministros que tentará concluir a reforma em duas semanas, ou seja, somente em abril. Voltou a
crescer a possibilidade de o ex-ministro do Desenvolvimento
Agrário Miguel Rossetto retornar a esse posto.
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