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Para ex-presidente, obras diminuíram caos aéreo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado federal Carlos
Wilson (PT-PE), ex-presidente
da Infraero, afirmou que apóia
politicamente a criação da CPI
do Apagão Aéreo. Ressaltou
que as obras em aeroportos impediram que o caos aéreo fosse
pior no ano passado. Disse que
até hoje não foi notificado da
quebra de seus sigilos.
"Tenho o orgulho de dizer
que, se não tivéssemos trabalhado como trabalhamos na infra-estrutura dos aeroportos, o
episódio do ano passado teria
sido catastrófico", disse.
Wilson assinalou que a obra
de Congonhas foi iniciada meses antes de ele assumir a presidência da Infraero (Empresa
Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária), em 2003. Insinuou motivação política no
processo a que responde.
"A obra de Congonhas é a
mais importante do país, são 18
milhões de passageiros por ano,
e foi uma obra limpa, sem acidentes. Se houvesse irregularidade nas obras da Infraero, a
Justiça teria paralisado alguma, mas nenhuma foi interrompida", complementou.
A procuradora jurídica da Infraero, Josefina Valle de Oliveira Pinha, informou que só se
manifestaria como pessoa física e que apenas os diretores podem conceder entrevistas.
Por escrito, afirmou que não
se opôs a nenhuma investigação, abriu mão de seu sigilo
bancário e que a questão está
sob análise do TRF (Tribunal
Regional Federal). Acrescentou que "em procedimentos
anteriores o TCU (Tribunal de
Contas da União) não constatou irregularidades em obras".
A diretora de Engenharia da
estatal, Eleuza Therezinha
Manzoni dos Santos, disse ter
"consciência tranqüila" e criticou o Ministério Público por
propor as quebras de sigilo durante o período eleitoral de
2006 com base em um relatório
preliminar do TCU. "Os preços
não estão acima do mercado,
muito pelo contrário, há vários
itens com preços mais baixos."
À Justiça a Infraero explicou
que vem adotando uma "nova
tese jurídica", com a modalidade de licitação que leva em conta não só o preço oferecido pelas empreiteiras mas também a
qualidade do serviço e a capacidade de honrar o contrato.
A Folha apurou que a atual
diretoria não queria enfrentar
o revés de assistir à paralisação
de obras por problemas da empresa contratada, como teria
ocorrido, por exemplo, em
Cuiabá e Vitória no passado.
A Infraero avaliou, ainda,
que responde a diversas investigações do TCU porque utilizou um mesmo padrão de edital em uma série de diferentes
licitações.
(ID e MS)
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