São Paulo, segunda-feira, 19 de março de 2007

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Para ex-presidente, obras diminuíram caos aéreo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado federal Carlos Wilson (PT-PE), ex-presidente da Infraero, afirmou que apóia politicamente a criação da CPI do Apagão Aéreo. Ressaltou que as obras em aeroportos impediram que o caos aéreo fosse pior no ano passado. Disse que até hoje não foi notificado da quebra de seus sigilos.
"Tenho o orgulho de dizer que, se não tivéssemos trabalhado como trabalhamos na infra-estrutura dos aeroportos, o episódio do ano passado teria sido catastrófico", disse.
Wilson assinalou que a obra de Congonhas foi iniciada meses antes de ele assumir a presidência da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), em 2003. Insinuou motivação política no processo a que responde.
"A obra de Congonhas é a mais importante do país, são 18 milhões de passageiros por ano, e foi uma obra limpa, sem acidentes. Se houvesse irregularidade nas obras da Infraero, a Justiça teria paralisado alguma, mas nenhuma foi interrompida", complementou.
A procuradora jurídica da Infraero, Josefina Valle de Oliveira Pinha, informou que só se manifestaria como pessoa física e que apenas os diretores podem conceder entrevistas.
Por escrito, afirmou que não se opôs a nenhuma investigação, abriu mão de seu sigilo bancário e que a questão está sob análise do TRF (Tribunal Regional Federal). Acrescentou que "em procedimentos anteriores o TCU (Tribunal de Contas da União) não constatou irregularidades em obras".
A diretora de Engenharia da estatal, Eleuza Therezinha Manzoni dos Santos, disse ter "consciência tranqüila" e criticou o Ministério Público por propor as quebras de sigilo durante o período eleitoral de 2006 com base em um relatório preliminar do TCU. "Os preços não estão acima do mercado, muito pelo contrário, há vários itens com preços mais baixos."
À Justiça a Infraero explicou que vem adotando uma "nova tese jurídica", com a modalidade de licitação que leva em conta não só o preço oferecido pelas empreiteiras mas também a qualidade do serviço e a capacidade de honrar o contrato.
A Folha apurou que a atual diretoria não queria enfrentar o revés de assistir à paralisação de obras por problemas da empresa contratada, como teria ocorrido, por exemplo, em Cuiabá e Vitória no passado.
A Infraero avaliou, ainda, que responde a diversas investigações do TCU porque utilizou um mesmo padrão de edital em uma série de diferentes licitações. (ID e MS)


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