São Paulo, segunda-feira, 19 de março de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Em Copacabana

Surgiu como "exclusiva" no site do francês "Le Figaro", que confirmou informação prestada à agência France Presse pela Polícia Federal, e depois se estendeu pelas manchetes de "Le Monde" e dos italianos "La Reppublica", "Corriere Della Sera", "La Stampa". E tomou as chamadas da Globo, com Zeca Camargo. É a prisão "em Copacabana" do "ativista de extrema esquerda", na descrição do "Figaro", Cesare Battisti, citado pelo jornalista Guillaume Perrault, também do "Figaro" e autor de um livro sobre ele, como "a má consciência da extrema esquerda". De organização ligada às Brigadas Vermelhas, Battisti causou menos barulho em sua Itália original do que na França que adotou depois e onde se tornou escritor -e do que no Brasil, onde foi preso. O "Monde" ajuda a entender por que sob o título "apoiadores de Battisti denunciam prisão eleitoral", referência à campanha presidencial francesa. Em tempo, nos sites italianos e nos brasileiros, ele é chamado de "terrorista". Não nos franceses, nem sequer no conservador "Figaro".

PÓS-EMERGENTES
Sob o título "Os meninos malvados do investimento crescem" (The Bad Boys of Investing Grow Up), a coluna Valores de Mercado do "New York Times" saudou na edição de sábado como alguns mercados emergentes antes dados como "voláteis e autodestrutivos", a saber, Cingapura, Brasil, Coréia do Sul, "mostraram durante as últimas semanas turbulentas que não são mais crianças". Os três citados e outros, diz o texto, "evoluíram a ponto de serem mais emergidos do que emergentes". Seriam "mercados pós-emergentes" (post-emerging markets), preparados para o que vier.

NOVAS VELHAS IRMÃS
O "Financial Times" soltou editorial no sábado sobre as "novas Sete Irmãs" do petróleo. São todas estatais, e o propósito do editorial foi identificar o que vem por aí, agora que "o chicote" voltou às mãos do Estado. Desde logo lamenta que, enquanto algumas "reinvestem" em pesquisas e produção, como Saudi Aramco, Petrobras e Petronas, outras adotam outras prioridades, caso da venezuelana Pdvsa e também da mexicana Pemex, que nem é das novas irmãs. Dentre as velhas irmãs, diz o "FT", BP e Shell têm priorizado distribuir dividendos, ao contrário da Exxon, que segue na luta.

A GRANDE ONDA

Em destaque nos sites de edição social no final da semana, o "Financial Times" e depois outros noticiaram que "a censura na internet se espalha mundialmente". Segundo um relatório de especialistas das universidades de Harvard, Toronto, Cambridge e Oxford, "há uma grande onda em direção" de restrições, em países como China, Arábia Saudita, Zimbabwe, Burna, Tunísia. Vários deles estariam "aprendendo com a China", que tirou do ar a Wikipédia, entre outras ações, as técnicas mais eficazes de censura.

NO WTC

boingboing.net - ueba.com.br


O blog Boing Boing, tido como o mais acessado no mundo, trouxe no fim de semana fotos da visita de George W. Bush ao Brasil, tiradas do alto do hotel onde ficou a comitiva do americano. O autor das fotos não revelou o nome

AS PLATAFORMAS
Com sacos de dinheiro, a Record avança sobre os direitos de transmissão. Daniel Castro, na Folha, informou que o canal "está disposto a gastar" meio bilhão de reais para "tirar o Campeonato Brasileiro da Globo a partir de 2009". Lauro Jardim, na Veja On-line, disse que a rede negocia a compra do campeonato carioca 2009. E já tem o gaúcho, o catarinense e o baiano. O site Tela Viva acrescentou a compra dos Jogos Olímpicos 2012, com direitos em "todas as plataformas". Não só TV nem só aberta.

O SAL DOS MISERÁVEIS
À Laura Mattos, na Folha, o presidente da Record disse que planeja passar a Globo em "não menos que cinco anos e não mais que dez". Na Folha Online, Carmen Pompeu ouviu de um animado diretor comercial que o canal vai "bater a Globo" antes, até 2009. Comentário do blog de Xico Sá: "Que azar o deste país. Quando chega a vez de uma emissora, com bala na agulha, encarar a ... eis que a emissora vem a ser a Record, à custa do sal dos miseráveis e de uma programação tão desgraçada quanto".


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@ - Nelson de Sá


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