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Senadora inicia campanha em reduto ruralista
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para tentar amenizar as
resistências ruralistas à pré-candidatura de Marina Silva,
a equipe de campanha do PV
encaixou a senadora acriana
em eventos hoje e amanhã
em Mato Grosso, Estado líder na produção de soja.
Hoje ela participará de um
congresso sobre jornalismo
ambiental em Cuiabá e, amanhã, terá encontro com empresários do Estado, entre
eles produtores de soja e da
indústria madeireira.
A ideia é que a presença da
ex-ministra do Meio Ambiente no Estado marque o
início da campanha na Amazônia Legal e sirva de palanque para anunciar propostas
"não radicais" para o campo.
Mato Grosso é governado
por Blairo Maggi (PR), um
dos maiores produtores de
soja do país e que, nos últimos anos, travou seguidos
embates com Marina.
De um lado, ele atacava
números e ações repressivas
do governo federal. De outro,
a então ministra apontava os
sojicultores como responsáveis por parte do desmatamento na Amazônia.
Hoje e amanhã, diante de
empresários e dos holofotes
na imprensa do Centro-Oeste e do Norte do país, a pré-candidata tratará de propostas ambientais não impeditivas ao avanço da pecuária e da produção de grãos.
A linha de seus discursos
será a de que é possível ampliar a produção nacional
apenas com o incremento
tecnológico (mais gado em
menos espaço e mais grãos
numa mesma área plantada).
Para a senadora Kátia
Abreu (DEM-TO), que comanda a principal entidade
ruralista do país, Marina, assim como os demais candidatos, terá de buscar propostas baseadas em pesquisas,
não em ideologias.
"Vamos sugerir aos candidatos que tenham propostas
amparadas na ciência, na
pesquisa, na academia.
Quem fugir disso vai ficar
deslocado", afirmou a presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil).
Luiz Antonio Nabhan Garcia, da UDR (União Democrática Ruralista), teme a
universalização do discurso
da pré-candidata do PV. "Como [o tema ambiental] está
na moda, todos os candidatos vão se espelhar muito nas
propostas da Marina Silva.
Isso é péssimo."
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