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IMPEACHMENT
Prefeito diz que terá 3 meses para tentar provar que não há fatos que justifiquem seu afastamento
"É uma oportunidade de ouro", diz Pitta
ANGÉLICA SANTA CRUZ
Da Reportagem Local
O prefeito de São
Paulo, Celso Pitta,
classificou a aprovação do processo
de seu impeachment pela Câmara
Municipal como uma "oportunidade de ouro" para se defender.
"Durante três meses, terei a
oportunidade de finalmente me
defender e mostrar que não há fatos que justifiquem meu impeachment", afirmou.
A aprovação do processo, segundo ele, "também dever ser vista pelo lado positivo".
O exercício de otimismo do prefeito consiste em agregar ao resultado de ontem uma vantagem:
"Se o processo não fosse aprovado, o assunto ficaria sempre em
suspenso, haveria sempre alguma
coisa sem explicação. Agora tudo
vai ficar às claras".
Em entrevista coletiva concedida no início da noite, o prefeito
afirmou que não pretende tentar
medidas jurídicas para barrar o
andamento do processo na Câmara Municipal.
"Agora quem quer uma comissão processante sou eu. Em ano
eleitoral, ela pode servir de palanque para a oposição, mas também
pode servir para mim."
O prefeito acompanhou a votação de seu gabinete.
Durante a manhã, ele ainda tentou levar adiante a agenda oficial
prevista para o dia.
Ao lado do secretário de Cultura, Rodolfo Konder, ele assinou
projetos de lei que transformam o
Teatro Municipal de São Paulo e o
Centro Cultural em fundações.
Enquanto músicos tocavam
violinos, ele disse estar seguro de
que o processo de impeachment
não seria aprovado.
Logo depois, começou a ter retornos pessimistas de sua situação na Câmara, por meio do secretário de Governo, Carlos Augusto Meinberg.
A agenda do prefeito foi, então,
alterada. Audiências marcadas
com os secretários Ricardo Ohtake, do Meio Ambiente, e Fausto
Camunha, de Esportes, foram
canceladas.
Celso Pitta entrou pessoalmente
na negociação de apoio com vereadores.
"Por telefone, fiz contatos com
lideranças e conversei com diversos vereadores", contou ele.
A última manobra foi feita para
tentar convencer o que o prefeito
chamou de "coluna de indecisos".
"Infelizmente, não deu."
Pela televisão, o prefeito viu cenas de vereadores comemorando
a aprovação do processo e comentou: "Mas não dá para acreditar nisso".
A respeito da diferença de seis
votos a favor da abertura do processo, limitou-se, já na entrevista
coletiva, a uma frase:
"Diante do que já aconteceu,
nada mais me surpreende
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