São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2000


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IMPEACHMENT
Prefeito diz que terá 3 meses para tentar provar que não há fatos que justifiquem seu afastamento
"É uma oportunidade de ouro", diz Pitta

ANGÉLICA SANTA CRUZ
Da Reportagem Local


O prefeito de São Paulo, Celso Pitta, classificou a aprovação do processo de seu impeachment pela Câmara Municipal como uma "oportunidade de ouro" para se defender.
"Durante três meses, terei a oportunidade de finalmente me defender e mostrar que não há fatos que justifiquem meu impeachment", afirmou.
A aprovação do processo, segundo ele, "também dever ser vista pelo lado positivo".
O exercício de otimismo do prefeito consiste em agregar ao resultado de ontem uma vantagem: "Se o processo não fosse aprovado, o assunto ficaria sempre em suspenso, haveria sempre alguma coisa sem explicação. Agora tudo vai ficar às claras".
Em entrevista coletiva concedida no início da noite, o prefeito afirmou que não pretende tentar medidas jurídicas para barrar o andamento do processo na Câmara Municipal.
"Agora quem quer uma comissão processante sou eu. Em ano eleitoral, ela pode servir de palanque para a oposição, mas também pode servir para mim."
O prefeito acompanhou a votação de seu gabinete.
Durante a manhã, ele ainda tentou levar adiante a agenda oficial prevista para o dia.
Ao lado do secretário de Cultura, Rodolfo Konder, ele assinou projetos de lei que transformam o Teatro Municipal de São Paulo e o Centro Cultural em fundações.
Enquanto músicos tocavam violinos, ele disse estar seguro de que o processo de impeachment não seria aprovado.
Logo depois, começou a ter retornos pessimistas de sua situação na Câmara, por meio do secretário de Governo, Carlos Augusto Meinberg.
A agenda do prefeito foi, então, alterada. Audiências marcadas com os secretários Ricardo Ohtake, do Meio Ambiente, e Fausto Camunha, de Esportes, foram canceladas.
Celso Pitta entrou pessoalmente na negociação de apoio com vereadores.
"Por telefone, fiz contatos com lideranças e conversei com diversos vereadores", contou ele.
A última manobra foi feita para tentar convencer o que o prefeito chamou de "coluna de indecisos". "Infelizmente, não deu."
Pela televisão, o prefeito viu cenas de vereadores comemorando a aprovação do processo e comentou: "Mas não dá para acreditar nisso".
A respeito da diferença de seis votos a favor da abertura do processo, limitou-se, já na entrevista coletiva, a uma frase:
"Diante do que já aconteceu, nada mais me surpreende


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