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OUTRO LADO
Institutos negam privilégio
DA REPORTAGEM LOCAL
A presidente do Instituto Florestan Fernandes (IFF), Maria Teresa Augusti, disse que há dois
anos e meio a entidade se desvinculou do Partido dos Trabalhadores. "Não negamos nossa origem,
mas isso não significa nem subordinação nem financiamento privilegiado", declarou.
Ela confirmou que atualmente o
instituto presta serviço basicamente em administrações petistas. "Mas estamos começando a
mudar isso. Não é nosso critério
trabalhar somente com o PT."
Augusti negou que a entidade
seja subcontratada pela Fundação
Getúlio Vargas ou pela Fundação
de Desenvolvimento da Pesquisa
(Fundep). "Temos convênio de
cooperação técnico-científico",
definiu.
Sobre o fato de o estatuto da
fundação definir como fonte de financiamento da organização
contribuições dos diretórios nacional, regional e municipal do
PT, a presidente do IFF disse que
"isso foi mudado logo no início".
Atualmente, de acordo com ela,
"gradualmente estamos nos mantendo com nosso trabalho e nossas pesquisas". Maria Teresa Augusti afirmou que o estatuto mudou e os conselheiros que têm
cargos públicos não participam
das decisões da organização.
Sampa.org
O diretor-executivo da ONG
Sampa.org, Maurício Falavigna,
disse que o projeto da Prefeitura
de São Paulo de implementação
do governo eletrônico nasceu da
iniciativa da organização, que a
preparou ainda na campanha de
Marta Suplicy à prefeitura.
Ele negou que a instituição seja
vinculada ao PT. "Trabalhamos
com consultoria para qualquer tipo de empresa ou governo. Atualmente, além do contrato com a
Prefeitura de São Paulo, a ONG
trabalha na Prefeitura de Guarulhos e já atuou em Porto Alegre e
Santo André, todas administradas pelo PT.
A Secretaria Municipal das Finanças enviou uma nota à Folha
na qual afirma que "ao contratar
fundações qualificadas, não cabe
[à secretaria] a ingerência sobre a
escolha dos consultores. A ela cabe fiscalizar o processo e validar
os resultados apresentados, até o
momento coerentes com as expectativas presentes no contrato".
A assessoria "também esclarece
que nossos contratos foram celebrados com duas das mais respeitadas e influentes fundações na
área de administração pública e
que, comprovadamente, possuem larga experiência e capacidade técnica para desenvolver os
processos necessários à realização
dos objetivos da contratação".
A secretária municipal da Educação, Maria Aparecida Perez,
disse que a contratação do Sampa.org ocorreu por dispensa de licitação porque a entidade possui
experiência de trabalhos com comunidades carentes. O projeto de
portal do CEU, de acordo com a
secretária, tem como objetivo capacitar os usuários e incentivá-los
a produzir notícias locais. Ela negou que tenha havido beneficiamento. "Se fosse para haver, teria
sido logo no início do governo."
Há 15 dias, em entrevista à Folha, o superintendente do Núcleo
de Atendimento à Comunidade
da Fundep, Hely Costa Lages, afirmou que a Fundep é uma entidade com 30 anos de existência e
tem trabalhado com diversos governos e institutos. Disse também
que a entidade é de direito privado e, por isso, tem liberdade para
escolher seus parceiros.
A Folha procurou falar com a
FGV desde a quarta-feira. Foi informada de que o assessor de imprensa participava de reunião e
não poderia atender. Na quinta-feira, também não houve contato.
Na sexta-feira, uma assessora informou que o presidente da GV
Consult, que falaria pela entidade,
estava viajando e só retorna amanhã. À tarde, a assessoria de imprensa entrou em contato com a
Folha informando que procuraria alguém para falar, mas a pessoa continuou em reunião até depois das 20h de sexta-feira.
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