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FAZENDEIRO DO AR/OUTRO LADO
Ministro descarta renúncia e diz que adversários contratam jornalistas para produzir notícias
Jucá afirma que denúncias são fabricadas
UIRÁ MACHADO
DA REDAÇÃO
O ministro da Previdência, Romero Jucá, disse ontem que as denúncias contra ele são fabricadas
por jornalistas contratados por
seus adversários políticos. Disse
ainda que "renúncia" não faz parte de seu vocabulário.
Segundo Jucá, a origem da série
de denúncias está na disputa eleitoral de Roraima. "Essas disputas
sempre são muito acirradas e levadas, às vezes, para o baixo nível.
Isso tem como conseqüência acusações levianas que ganham repercussão pelo cargo que ocupo."
As afirmações foram feitas no
lançamento do Aasp Previdência
(plano de aposentadoria complementar da Associação do Advogados de São Paulo). No evento,
Jucá entregou aos jornalistas uma
nota de esclarecimento (leia íntegra nesta pág.) que, segundo ele,
"explica os pontos levantados"
nas últimas semanas.
O ministro afirmou também
que as denúncias que têm sido feitas são requentadas, "de disputas
eleitorais passadas, desde 1990",
que não há irregularidade e que,
por isso, tem cobrado investigações que esclareçam os fatos.
Jucá disse que há jornalistas
contratados para produzir as denúncias. "Tudo isso faz parte de
ações que têm origem na política
de Roraima. É certo que há adversários políticos por trás das acusações. Existem parlamentares que
têm jornalistas contratados, fabricando esse tipo de notícia."
Questionado sobre quais seriam
esses jornalistas, disse: "Não quero fazer acusação pessoal contra
ninguém". Afirmou, entretanto,
que não se trata de jornalistas vinculados à "grande imprensa". Seriam, segundo Jucá, sites montados para atacá-lo e "jornalistas
que fazem política em Roraima".
O ministro foi enfático ao descartar um possível pedido de renúncia: "Renúncia não faz parte
do meu vocabulário. Não fiz nada
errado e, portanto, não há motivo
para renúncia", afirmou.
Ao evento também compareceu
o ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, que defendeu o
colega Jucá. Questionado a respeito de um eventual constrangimento no governo devido à série
de denúncias, disse: "Não, acho
que não [há constrangimento].
Ele [Jucá] apresentou os esclarecimentos pedidos e tem respondido
de forma satisfatória às denúncias." O ministro da Justiça afirmou também que os que consideram estranho o governo manter
um ministro após tantas denúncias se esquecem "de que estamos
num Estado de Direito e que prevalece a presunção de inocência".
E completou: "Nas ditaduras é
que as pessoas são condenadas
antes de serem julgadas".
Repercussão
O secretário-geral da Presidência da República, ministro Luiz
Dulci, detalhou ontem como o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a Jucá que tomasse a iniciativa de rebater as acusações. "O
ministro disse ao presidente com
muita convicção que tinha condições de provar que elas [acusações] eram infundadas, que não
procediam. O presidente, como já
fez em situações análogas, disse:
"Se você tem condições de provar
que são improcedentes, mostre,
prove e esclareça de maneira cabal essa situação'", disse Dulci.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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