São Paulo, domingo, 19 de abril de 1998

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PAINEL

Enigma paulista
Covas continua inconformado com o leilão da Eletropaulo Metropolitana. Sua contrariedade com a falta de ágio é bem maior do que a revelada publicamente. No governo, chegaram a prever ágio de 10% a 20% sobre o preço mínimo de R$ 2,026 bi. Ou seja: de R$ 200 mi a R$ 400 mi a mais.

Problemas para FHC
Na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 99, o governo federal incluiu a possibilidade de contingenciar (não liberar) verbas do Legislativo e do Judiciário. O STF já pediu a parlamentares para apresentar emenda contra. E dizem que ACM ficará uma fera quando souber.

Trator parado
A votação da reforma da Previdência no fim do mês está ameaçada pela ausência de Serjão. Há muitas promessas e acordos de votações passadas que não foram cumpridos. Deputados sentem falta do ministro.

Erro de avaliação
O Planalto e o Ministério da Educação não deram muita bola para a greve dos professores universitários quando o movimento começou. Agora, correm atrás do prejuízo. FHC já falou por duas vezes com Paulo Renato à procura de uma solução.

Vai dar confusão
ACM planeja pôr Adyr Porto -que caiu da Infraero por pressão da cúpula da Aeronáutica- no comando da futura Agência Nacional dos Transportes. Mas FHC não quer se comprometer.

Cartel ameaçado
FHC decidiu bancar o projeto que determina a identificação de remédios pelo nome genérico. Segundo disse a Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ), que articula sua votação, a medida reduziria de 30% a 40% o preço dos medicamentos nas farmácias.

Mosquito de fogo
Uma equipe da Secretaria de Saúde do DF vai às 8h de amanhã à casa de Sarney colher amostras de sangue. É para certificar se o ex-presidente, febril há quatro dias, está com dengue. Sua mulher, Marly, já teve.

Mangas de fora
Diante da perplexidade do PSDB com a doença de Serjão, caciques tucanos e peemedebistas avaliam que ACM aos poucos tenta ocupar o espaço do ministro. Acreditam ter relação com isso os últimos ataques do baiano ao MST e à extradição dos sequestradores de Abílio Diniz.

Ser ou não ser
Tasso Jereissati resiste a assumir parte da coordenação política que Serjão exercia. Acha que pegaria mal fazer isso com o ministro doente. O problema é que há pressão da cúpula tucana e de FHC para que entre no circuito.

Homens de preto
Ninguém quer o título de coordenador nacional da campanha dos tucanos. É sinônimo de "homem da mala". O que só reforça a idéia de um colegiado para repartir as decisões políticas e logísticas do PSDB.

Opção mineira
Pimenta da Veiga (MG) almoçou há três semanas com Serjão e o visitou no hospital. Pimenta deixou a presidência do PSDB por divergências com o ministro. Mas não se sente impedido de assumir funções na campanha dos tucanos nos Estados.

Vale quanto pesa
Segundo Nelson Marquezelli (SP), os R$ 3 mi de Maluf para a campanha do PTB não seriam divididos pelos quatro deputados que integram a bancada federal. O dinheiro iria para todos os candidatos paulistas do partido nas eleições de outubro.

Sem rastro
O dinheiro que Maluf teria oferecido ao PTB não seria desembolsado em espécie, mas em material gráfico de campanha. "Ele nunca meteria a mão no próprio bolso", diz um petebista que participou do acordo.

Em baixa
A doença de Serjão fez Romero Jucá (PFL-RR) perder o eixo. O ministro era o fiador da aliança eleitoral PSDB-PFL em Roraima. "Sem o Serjão, estou perdido", dizia o senador anteontem.

TIROTEIO


Do tucano Emerson Kapaz, ex-secretário de Covas candidato a deputado, sobre o PTB analisar proposta do PPB para receber R$ 3 mi e apoiar Maluf para o governo paulista:
- Essa turma do PTB deveria se juntar aos deputados que votaram a favor do Sérgio Naya e sair em passeata num movimento pela ética na política.

CONTRAPONTO

Guerra no ar
A abertura do setor de aviação civil virou uma queda-de-braço entre o Planalto e o ministro Lélio Lôbo (Aeronáutica).
O quartel-general dos favoráveis à abertura é o gabinete de Clóvis Carvalho (Casa Civil), onde é reunida a munição para o bombardeio às posições da Aeronáutica.
Se Lôbo diz que mais de 50 milhões de passageiros passaram pelos terminais da Infraero no ano passado, logo um documento chega às mãos de Carvalho mostrando que só pelo aeroporto de Chicago, nos Estados Unidos, passaram 70 milhões.
Na última semana, Carvalho e um grupo de oficiais falavam do sucesso da Embraer depois da privatização. Um dos presentes contou que até Sérgio Naya encomendara um avião à empresa, mas não foi atendido devido ao excesso de encomendas.
- Ainda bem. Porque, à esta altura, o avião estaria embargado pela Justiça - disparou Clóvis Carvalho.

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