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Ministro já fala como candidato
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Pedro Malan se
comportou como candidato em
jantar com alguns dos principais
dirigentes do PFL, na última
quarta-feira, no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Marco Maciel. No encontro, Malan trocou os assuntos
econômicos pelos sociais.
Malan se dedicou, principalmente, a discutir as questões da
violência e a responsabilidade do
governo federal na manutenção
da segurança pública e no combate ao narcotráfico. Também defendeu a necessidade da aprovação da reforma tributária ainda
durante o governo de FHC.
Pesquisa Datafolha realizada
em 14 e 16 de março indicou que
Malan tinha na época 2% das intenções de voto.
Marco Maciel teve a idéia do
jantar, que reuniu o presidente do
PFL, senador Jorge Bornhausen
(SC), o líder do partido no Senado, Hugo Napoleão (PI), e os senadores José Agripino (RN) e José
Jorge (PE). Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) não participou.
O secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, também participou do encontro, definido por
Agripino como ""troca de sintonias" entre equipe econômica e
PFL. Malan levou Amaury Bier e
Edward Amadeo.
""Falou-se pouco de economia e
muito de Brasil", afirmou o senador, que é presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)
do Senado. Segundo os presentes,
não se falou explicitamente sobre
a sucessão presidencial de 2002.
O tema que tomou mais tempo
nas conversas foi a violência. Malan e os demais participantes do
jantar concordaram que a raiz da
violência é o narcotráfico, que gera os recursos empregados na
compra de armamento.
Concluíram que, como o combate ao narcotráfico é competência da União, é preciso reforçar a
responsabilidade do governo federal no combate à violência.
""Malan concordou na necessidade da formação de uma nova
ordem institucional que garanta,
do ponto de vista jurídico e legal, a
tomada de providências e a eficácia das ações de segurança pública", disse Agripino.
Malan afirmou que é hora de o
governo atacar os problemas sociais. Segundo ele, com a economia equilibrada, perspectivas de
crescimento e controle da inflação, é preciso ir ao cerne das questões sociais do Brasil.
A mudança de discurso de Malan em prol dos temas sociais vem
sendo apontada como indício de
que o ministro procura fortalecer
seu nome para uma provável candidatura presidencial. Apesar de
negar oficialmente a intenção,
Malan teve registrado recentemente por seu advogado um endereço na Internet com referências à data da eleição
(malan2002.com.br).
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