São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 2000


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Ministro já fala como candidato

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Pedro Malan se comportou como candidato em jantar com alguns dos principais dirigentes do PFL, na última quarta-feira, no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Marco Maciel. No encontro, Malan trocou os assuntos econômicos pelos sociais.
Malan se dedicou, principalmente, a discutir as questões da violência e a responsabilidade do governo federal na manutenção da segurança pública e no combate ao narcotráfico. Também defendeu a necessidade da aprovação da reforma tributária ainda durante o governo de FHC.
Pesquisa Datafolha realizada em 14 e 16 de março indicou que Malan tinha na época 2% das intenções de voto.
Marco Maciel teve a idéia do jantar, que reuniu o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), o líder do partido no Senado, Hugo Napoleão (PI), e os senadores José Agripino (RN) e José Jorge (PE). Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) não participou.
O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, também participou do encontro, definido por Agripino como ""troca de sintonias" entre equipe econômica e PFL. Malan levou Amaury Bier e Edward Amadeo.
""Falou-se pouco de economia e muito de Brasil", afirmou o senador, que é presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Segundo os presentes, não se falou explicitamente sobre a sucessão presidencial de 2002.
O tema que tomou mais tempo nas conversas foi a violência. Malan e os demais participantes do jantar concordaram que a raiz da violência é o narcotráfico, que gera os recursos empregados na compra de armamento.
Concluíram que, como o combate ao narcotráfico é competência da União, é preciso reforçar a responsabilidade do governo federal no combate à violência.
""Malan concordou na necessidade da formação de uma nova ordem institucional que garanta, do ponto de vista jurídico e legal, a tomada de providências e a eficácia das ações de segurança pública", disse Agripino.
Malan afirmou que é hora de o governo atacar os problemas sociais. Segundo ele, com a economia equilibrada, perspectivas de crescimento e controle da inflação, é preciso ir ao cerne das questões sociais do Brasil.
A mudança de discurso de Malan em prol dos temas sociais vem sendo apontada como indício de que o ministro procura fortalecer seu nome para uma provável candidatura presidencial. Apesar de negar oficialmente a intenção, Malan teve registrado recentemente por seu advogado um endereço na Internet com referências à data da eleição
(malan2002.com.br).


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