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IMPEACHMENT
Advogado apresenta cópia de uma carta que comprovaria irregularidades no pagamento de precatórios
Documento sugere desvio de dinheiro
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Riad Gattaz Cury,
umas das testemunhas de acusação ouvida ontem no processo de
impeachment de Celso Pitta, entregou ontem à comissão que investiga o prefeito a cópia de uma
carta da Procuradoria Geral do
Município que comprovaria irregularidade no pagamento de precatórios da prefeitura paulistana.
No documento, de janeiro deste
ano, a Procuradoria afirma que a
prefeitura não tinha recursos para
pagar um precatório (dívida que a
Justiça determina o pagamento).
A carta confirmaria que o dinheiro pode ter sido desviado para outro fim, pois em 95 a prefeitura emitiu títulos para o pagamentos de precatórios.
A Constituição proíbe que recursos captados com a emissão de
títulos sejam destinados para outras finalidades. Segundo concluiu a CPI dos Precatórios, em
1997, R$ 1,3 bilhão em títulos emitidos pela Prefeitura de São Paulo
foi desviado.
No processo a que responde na
Câmara, Pitta é acusado de ter cometido crime de improbidade administrativa devido à suposta irregularidade. Na época, ele era secretário das Finanças do governo
Paulo Maluf.
A carta, assinada pela procuradora-geral substituta do município, Eliane Mantovani Salim, é endereçada à advogada do Condomínio Central Park Lapa, Ana Elisa Leite de Araújo Monteiro, credor de um precatório no valor de
R$ 5,7 milhões que deveria ter sido pago em 96.
No documento, a procuradora
diz que, após consultar a Secretaria de Finanças, "verificou-se que
a municipalidade de São Paulo
não detém condições financeiras
que viabilizem o ajuste no valor e
na forma pretendido pelo aludido
condomínio".
Segundo a advogada, além de
alegar não ter dinheiro para pagar
o valor total do precatório, a prefeitura também não pagou as parcelas propostas pela própria procuradoria.
Riad também apresentou ontem uma segunda carta, de março
de 99, assinada pelos secretários
dos Negócios Jurídicos, Edivaldo
Brito, e das Finanças, José Antonio de Freitas, para a Comissão de
Precatórios da OAB. A carta mostra que a administração Pitta iniciaria o pagamento dos precatórios, o que não aconteceu.
"O município manterá os entendimentos com as partes através dos advogados com objetivo
de celebrar respectivos acordos,
especialmente o parcelamento,
abatimentos e liquidação da obrigação em termos definitivos", diz
o texto. As secretarias se propuseram a liberar R$ 10 milhões mensais, aumentando o valor para R$
30 milhões, a partir de 2000, para
o pagamento de precatórios.
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