DA REPORTAGEM LOCAL

Uma declaração dada por Celso Pitta à comissão processante da Câmara fez um dos advogados de acusação do processo de impeachment do prefeito paulistano desistir de ouvir o depoimento de Jorge Yunes.
Para a acusação, o depoimento do empresário passou a ser considerado suspeito depois que Pitta disse à comissão do impeachment que Yunes é seu amigo.
O empresário tinha sido convocado para depor ontem como testemunha de acusação. Yunes foi envolvido no caso por ter supostamente emprestado R$ 800 mil a Pitta. Depois do empréstimo, ele também teria se beneficiado por projetos que o Executivo enviou à Câmara Municipal de São Paulo.
"Como o prefeito se declarou amigo do empresário, desisto do depoimento", disse o advogado Edson Cosac Bortolai, um dos autores da denúncia que deu início ao processo contra Pitta.
A suspeita de favorecimento levou integrantes da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil a acusar Pitta de ter cometido, nesse caso, crime de improbidade administrativa. A desistência do depoimento foi comunicada à comissão de impeachment minutos antes de Yunes começar a responder às perguntas dos vereadores.
Yunes, que chegou à comissão com duas malas e uma pasta com documentos, esperava depor por cinco horas e insistiu para falar. "Isso é uma chacota", disse o advogado Antônio Cláudio Mariz Oliveira, advogado de Pitta.
Após ser dispensado, o empresário disse que tem provas de que realmente emprestou dinheiro a Pitta: "Tenho muito coisa para demonstrar a realização dos empréstimos". O empresário, convocado também para depor como testemunha de defesa, disse que poderá não aparecer na comissão. Disse ter uma viagem marcada para a Europa, onde deverá ficar por cerca de dois meses.
O vice-prefeito Regis de Oliveira (PMN) disse ontem, após depor na comissão de impeachment, que desistiria de sua candidatura à Prefeitura de São Paulo nas próximas eleições para ocupar, mesmo que temporariamente, o lugar de Celso Pitta. Regis não poderá disputar o cargo nas próximas eleições se estiver ocupando temporariamente o cargo de prefeito.


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