São Paulo, sábado, 19 de maio de 2001

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OUTRO LADO

Planalto diz que liberação coincidiu com pedido CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O subsecretário-geral da Presidência da República, Marcelo Cordeiro, nega que o governo federal tenha feito uso político das verbas destinadas às emendas dos parlamentares ao Orçamento da União para barrar a CPI da corrupção.
"Em primeiro lugar, essa manipulação seria burrice porque seria algo muito vulnerável. A liberação de recursos é feita de forma transparente. Segundo, não teria efeito prático porque não é isso que decide o comportamento dos parlamentares", disse Cordeiro.
"O governo foi contra a CPI, sim, porque ela pararia o país, mas os argumentos usados com os parlamentares foram políticos. Esse governo tem um patrimônio a preservar. Não se arriscaria com esse tipo de manipulação", disse.
Para tentar provar que não houve perseguição a quem apoiou o pedido de CPI, Cordeiro citou como exemplo o atendimento de 71 emendas, no valor de R$ 4 milhões, de 43 deputados e senadores da oposição que assinaram o pedido.
O subsecretário afirma que o pagamento dos "restos a pagar" estava represado desde o início do ano porque a Caixa Econômica Federal estava preparando os convênios para os ministérios.
Os pagamentos só foram efetuados a partir de 25 de abril, quando os ministros Pedro Malan (Fazenda) e Martus Tavares (Planejamento) baixaram portaria interministerial alterando os limites legais para esses gastos.

Coincidência
"Pode ter havido coincidência com o período de apresentação do pedido de CPI. Mas o que poderíamos fazer? Deveríamos parar o país, dar calote nas prefeituras, só porque havia um pedido de CPI. Fizemos todos os pagamentos, sem olhar quem era o autor", disse Cordeiro.
O deputado Augusto Nardes (PPB-RS) afirmou ontem que a retirada da sua assinatura do pedido de CPI não foi fruto de pressão por parte do governo nem de negociações envolvendo verbas.


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