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"O povo vai me consagrar nas urnas", diz ACM
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A menos de uma semana da votação no Conselho de Ética que
vai decidir o seu futuro político, o
senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), 73, disse ontem
que os baianos vão consagrá-lo
nas urnas em 2002.
"Minha consagração será uma
resposta àqueles que não acreditam na força da Bahia", disse o ex-presidente do Congresso, em um
rápido discurso durante a inauguração do Centro de Assistência
aos Profissionais de Transportes,
na cidade de Feira de Santana (108
km a noroeste de Salvador).
Acusado de ter participado da
violação do painel do Senado, Antonio Carlos Magalhães se emocionou e fez os empresários chorarem ao falar de seu filho Luís
Eduardo Magalhães, que morreu
em abril de 1998.
"Vocês podem imaginar, neste
momento, a falta que ele me faz.
Se Luís Eduardo estivesse vivo, eu
não estaria nesta situação. Meu filho tinha competência e habilidade suficientes para impedir que o
seu pai fosse vítima do maior linchamento da história política do
Brasil", afirmou ACM.
Muito aplaudido pelos empresários que participavam da inauguração, em Feira de Santana,
Antonio Carlos Magalhães voltou
a descartar a possibilidade de renunciar ao mandato. "Penso em
ser senador ou governador da Bahia em 2002, mas não penso em
renúncia", disse.
Estradas
Em seguida, ACM responsabilizou o governo pelo "péssimo estado" das rodovias federais que
cortam o Estado. "Temos de reagir. Não podemos aceitar o péssimo estado das pistas federais que
passam pela Bahia."
Depois, perguntou: "Por que
pagamos uma dívida com juros
exorbitantes e deixamos as
cidades sem energia e o povo
sem estradas?".
O pefelista não quis falar sobre
as decisões que pretende tomar
até o vencimento do prazo de revisão do relatório do senador Saturnino Braga (PSB-RJ), do Conselho de Ética, solicitada pelo senador Paulo Souto (PFL-BA),
aliado do baiano.
"Os próximos passos eu saberei
a partir da próxima quarta-feira.
A Bahia está comigo. É isso o que
importa", afirmou o senador.
ACM voltou a dizer que não cometeu "nenhum pecado" para ser
cassado. "Às vezes, me pergunto
qual tem sido o meu pecado. Será
que estou sendo perseguido porque apontei os corruptos? Será
que foi porque lutei para reduzir a
pobreza ou para reajustar o salário mínimo?."
Antonio Carlos Magalhães disse
também que está sendo prejulgado e sofrendo os efeitos de manobras políticas adversas por causa
da sua atuação nacional contra a
corrupção.
"Nunca vi coisa igual no Brasil
para tirar alguém que sempre defendeu a moralidade pública e administrativa e não se curva a
quem quer que seja em defesa dos
interesses da Bahia. Somente o
povo da Bahia pode tirar o meu
mandato, porque ninguém pode
tirar o mandato de um homem
sério e honesto que sempre lutou
pela moralidade no país", afirmou ACM.
Protesto
Antes de chegar ao Centro de
Assistência aos Profissionais de
Transportes, em Feira de Santana
-batizado com o nome de seu filho, o deputado Luís Eduardo
Magalhães-, ACM foi vaiado
por cerca de 200 manifestantes.
Liderados pela CUT (Central
Única dos Trabalhadores) e políticos oposicionistas, os manifestantes pediram com faixas e gritos
a cassação do senador baiano.
A manifestação durou menos
de 30 minutos.
(LUIZ FRANCISCO)
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