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Estado financiou obras em cidades que nem existem
JOSIAS DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As investigações que deram
origem à Operação Navalha começaram no Maranhão. O governo do Estado financiou até
obras fantasmas em cidades
que não existem. Informado, o
procurador-geral da República
Antonio Fernando de Souza
abriu inquérito. Chamada a
apurar o caso, a Polícia Federal
descobriu que os desvios ocorriam em outros Estados.
O procurador-geral tomou
conhecimento formal do que se
passava no Maranhão por meio
de uma representação protocolada no Ministério Público em
4 de agosto de 2005. É assinada
pelo advogado Marcos Alessandro Coutinho Passos Lobo. Ele
requereu que José Reinaldo
Tavares (PSB), então governador, fosse investigado em sigilo.
A representação cita um conjunto de obras que jamais saíram do papel. Custaram R$ 5,2
milhões. Entre as empreiteiras
beneficiadas está a Gautama,
de Zuleido Soares Veras, preso
pela PF. Os principais malfeitos relatados ao Ministério Público referiam-se à abertura ou
à recuperação de estradas.
Há casos em que, além das
obras, as localidades não existem. Por exemplo: o governo
contratou a recuperação de
duas estradas em Miranda do
Norte. Uma ligaria os povoados
de Boiadeiro e Rio Seco. A outra, Pedra Caída e São João. Nenhum dos locais existe. As estradas ligando o nada a lugar
nenhum custaram R$ 369.238.
Em Passagem Franca, os povoados Jacaré e Saco de Boi
existem, mas não há vestígio da
via, que custou R$ 185.280,52.
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