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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Tucano quer impedir palanque mineiro para Ciro, insiste em apoio de Quércia e Maluf e dinamita Garotinho
Para encostar em
Lula, Serra prioriza
Minas, Rio e SP
KENNEDY ALENCAR
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O candidato a presidente da
aliança PSDB-PMDB, José Serra,
priorizará de imediato acordos e
atos de campanha em São Paulo,
Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Ontem, por exemplo, o PSDB
atuou para evitar que o PFL dê
um palanque a Ciro Gomes (PPS)
em Minas. Ciro reagiu, tentando
manter a candidatura do pefelista
Roberto Brant ao governo, em
aliança com os partidos que o
apóiam (PPS, PDT e PTB).
O objetivo de Serra é chegar em
situação de empate técnico com
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em
6 de outubro, dia do primeiro turno das eleições. Daí priorizar os
três Estados, chamados de
"Triângulo das Bermudas" por
concentrar 42,3% do 109,8 milhões de eleitores, segundo dados
de 2000, ano das últimas eleições.
As ações no "Triângulo das Bermudas" terão prioridade porque
se avalia no PSDB que a aliança
com o PMDB renderá a Serra
apoios expressivos no Nordeste,
região onde ele tem fragilidades e
para a qual também haverá estratégia especial.
No comando do PSDB, julga-se
"factível" diminuir a vantagem de
19 pontos percentuais de Lula.
Segundo pesquisa Datafolha
publicada no última dia 9, Lula liderou com 40%. Serra teve 21%.
Anthony Garotinho (PSB) ficou
com 16%. Ciro, com 11%.
Minas
No Estado de Minas, segundo
maior colégio eleitoral (11,2%),
Serra oferece ao deputado federal
Roberto Brant (PFL) uma das
duas vagas de senador, na chapa
do candidato do PSDB ao governo, o presidente da Câmara, Aécio Neves.
Compromissado com Ciro, o
presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), quer manter a candidatura Brant, mas ontem a Executiva Nacional delegou a decisão
aos deputados federais e estaduais mineiros.
A resposta sai hoje. Se atrair
Brant, Serra mata um forte palanque de Ciro.
Ainda em Minas, o tucano terá
o apoio de dois candidatos a governador, o do tucano Aécio e o
do peemedebista Newton Cardoso. Serra também articula para diminuir o empenho do governador Itamar Franco por Lula.
Como Aécio será o candidato de
Itamar em Minas, a intenção é
evitar que o governador faça atos
de campanha com o petista, viajando pelo interior do Estado.
Quércia e Maluf
Em São Paulo, Serra insiste na
aliança com o ex-governador
Orestes Quércia e num acerto informal com Paulo Maluf (PPB),
adversários históricos dos tucanos paulistas. O Estado é o maior
colégio eleitoral do país (22,1%).
"O Quércia disse de público que
lutaria contra a aliança, mas acataria o desejo da maioria, que optou pelo PSDB. Como o tenho na
conta de homem de palavra, creio
que apoiará Serra", disse o presidente do PMDB, Michel Temer.
Quércia, vetado para uma vaga ao
Senado pela família Covas, negocia aliança informal com o PT.
O PSDB deseja que Maluf poupe
Serra e FHC. Em troca, Serra e o
governo federal não o atacariam,
diminuindo até o ritmo de investigações sobre a conta de Maluf
no paraíso fiscal de Jersey.
Ou seja, Maluf ficaria com o caminho livre para atirar em Geraldo Alckmin, governador tucano
candidato à reeleição. Um cacique
tucano confirma o acerto, dizendo que não há ânimo beligerante
em relação a Maluf. Esse acerto foi
intermediado, pelo lado do PPB,
pelos deputados Francisco Dornelles (RJ) e Delfim Netto (SP).
Garotinho
No Rio, o tucano terá ações para
minar Anthony Garotinho (PSB)
em sua principal base.
Serra já está contando com a
ajuda do governo Fernando Henrique Cardoso. FHC anunciou
um pacote de transportes para o
Rio e discute a contratação de
6.000 policiais federais fardados.
Piauí
O PFL do Piauí vai apoiar José
Serra. O anúncio foi feito à tarde,
depois de reunião entre Serra, o
governador Hugo Napoleão
(PFL) e o prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), em Brasília.
Colaborou a Agência Folha
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