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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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Mercadante e Virgílio travam duelo no Senado

Sergio Lima/Folha Imagem
O senador Arthur Virgílio (PSDB), que defendeu o governo FHC...
 
Sergio Lima/Folha Imagem
... contra o discurso pró-Lula do senador Aloizio Mercadante (PT)


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao governo Luiz Inácio Lula da Silva levaram ontem os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Aloizio Mercadante (PT-SP) a se revezarem na tribuna do Senado, cada qual acusando o governo do outro. Virgílio, hoje líder do PSDB na Casa, foi líder do governo FHC no Congresso. Mercadante é o líder do governo Lula no Senado.
"O líder Mercadante fala que Fernando Henrique teria criticado Lula por vontade de voltar ao poder. Quem me parece preocupado demais com a eleição, a ponto de não sair do palanque, é precisamente o presidente Lula", discursou o tucano Virgílio.
O petista fez o primeiro discurso, no qual contestou afirmações feitas por FHC em relação aos seus oito anos de governo.
Questionou, por exemplo, a declaração do ex-presidente de que sua intenção não era abrir mais a economia, porque ela já estava aberta. "Houve, sim, uma abertura precipitada, ingênua, associada a uma política de âncora cambial, de sobrevalorização da moeda, que arrebentou parte da indústria, que arrebentou a capacidade de produção da agricultura e que desequilibrou as contas externas do país", disse.
Mercadante rebateu as críticas de FHC sobre as taxas de juros praticadas no atual governo, acusando o ex-presidente de manter, em seus oito anos de mandato, as maiores taxas de juros da economia internacional.
O líder petista também contestou a declaração do ex-presidente de que não houve recessão durante seu governo.
Virgílio sucedeu Mercadante na tribuna. Apresentou números para mostrar que no governo Fernando Henrique Cardoso houve ganhos de produtividade na economia. E criticou o atual governo.
"O líder Mercadante nos sugere como fazer oposição. Eu sugeriria ao líder que aconselhasse o governo a começar a governar, a começar a agir", afirmou Virgílio.
"Os problemas são enormes. É um governo que não é tocado", disse. Apontou "desgoverno" e "falta de articulação", lembrando divergências da bancada do PT em torno das reformas que tramitam na Câmara.


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