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"Ninguém será
condenado'
da Agência Folha, em Maceió
do enviado a Maceió
O legista Fortunato Badan Palhares, coordenador do primeiro laudo sobre as mortes de PC Farias e
Suzana Marcolino, disse que ninguém será condenado no caso.
Folha - Qual a sua análise sobre o
debate?
Fortunato Badan Palhares - Não
vi na fala do doutor Daniel Muñoz
ou de qualquer membro da outra
equipe qualquer elemento que pudesse modificar o que está transcrito em nosso laudo.
Eles tentaram por todos os meios
justificar suas posições e, na minha
forma fria de ver os fatos, não encontrei nada que possa mudar o
nosso relato sobre o caso.
Folha - A equipe do contralaudo
afirma que não há evidência científica de que Suzana tenha atirado.
Badan - O grande problema é a
terminologia "científica". Não se
consegue reproduzir em laboratório a cena de crime. Ela é individual, pessoal e única.
Folha - A outra equipe não descreve a cena do crime. Como o senhor teve certeza para fazê-lo?
Badan - Quem pode realmente
avaliar a cena do crime é quem está
acostumado a fazer isso. Quem fica
em laboratório, dentro de quatro
paredes, mesmo em uma sala de
necropsia, não consegue avaliar o
que é uma cena de crime.
Folha - Depois das experiências
apresentadas, não ficou mais difícil dizer que Suzana atirou?
Badan - O grande problema é que
estão querendo dar uma conotação científica para esse caso, tratamento de maior rigor científico, o
que inviável em nosso país.
Folha - Suzana não tinha nas
mãos chumbo, bário e antimônio,
o que ocorreria se tivesse atirado.
Badan - Há toda uma série de indícios para chegarmos à conclusão
de que ela atirou. Para nós, esses
indícios deram base científica.
Ninguém vai provar o contrário.
Ninguém vai mostrar que não
houve homicídio seguido de suicídio. Não se vai prender ninguém
porque não haverá elementos para
isso. Esse é um desafio que lanço.
Ninguém será condenado. Preso
pode até ser.
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