São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 2002

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Dirceu fala com FHC antes de ir à Casa Branca

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

O presidente nacional do PT, José Dirceu, conversou por telefone com o presidente Fernando Henrique Cardoso antes de viajar para Washington, onde encontrou-se ontem com assessores do alto escalão da Casa Branca e com diretores de instituições multilaterais.
Dirceu mencionou o telefonema durante encontro no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), do qual participaram também representantes do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Bird (Banco Mundial). Ele disse ter procurado FHC para informar sobre os encontros oficiais que teria em Washington.
Dirceu disse que FHC irá apoiar o candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, se o candidato do governo, José Serra, não chegar ao segundo turno. Ele acha porém que a candidatura Serra deverá reagir e reverter a subida nas pesquisas de Ciro Gomes.
Além da cúpula do BID, estavam presentes na platéia o economista Lorenzo Perez, diretor assistente do departamento de hemisfério ocidental do FMI, e diretores do Banco Mundial. Dirceu repetiu as promessas segundo as quais o PT está comprometido com o superávit primário e com o câmbio flexível, mas rejeitou a idéia de tornar o BC independente ou de manter Armínio Fraga na presidência da instituição.
Segundo Dirceu, o PT não tem nada "pessoal" contra Fraga, mas considera que o presidente do BC deve estar comprometido com o projeto do partido. Disse que uma das prioridades do PT é regulamentar o artigo 192 da Constituição, sobre o sistema financeiro.
Após o encontro no BID, Dirceu encontrou-se na Casa Branca com o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca para a América Latina, John Maisto, e com Lawrence Lindsey, assessor econômico pessoal de Bush.
"Será uma reunião de troca de informações e impressões mútuas entre o PT e a administração Bush", afirmou Dirceu antes do encontro. "Acredito que (os encontros) acontecerão também com outros partidos e outros candidatos", disse, ao ser informado que Ciro não foi recebido pela Casa Branca quando foi a Washington. "Tenho a convicção de que o Brasil é um país muito importante neste momento para os EUA, não só pela questão da Alca e do livre comércio, mas também pela estabilidade da América do Sul".
Antes de ir à Casa Branca, Dirceu almoçou com economistas do IIE (Institute for International Economics) um dos principais centros de estudos dos EUA.



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