DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O PT de Itabuna cedeu à pressão do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e, após quase uma semana de invasão à sede do Diretório Regional do partido, os sem-terra conseguiram o seu objetivo -a inscrição do agricultor Elias Jacob Mattar Neto, 29, como candidato a vereador.
Na última segunda-feira, inconformado com a exclusão do candidato, os integrantes do movimento invadiram uma casa no centro de Itabuna (429 km ao sul de Salvador), que abriga o diretório do PT.
O partido alegou que a decisão de cancelar a inscrição do sem-terra foi tomada depois que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) alterou as regras para o cálculo do número de candidatos às Câmaras Municipais.
No final da noite de anteontem, o PT e o MST fecharam um acordo para a desocupação do prédio. "A proposta aceita para o entendimento foi a substituição de um concorrente à Câmara", disse o presidente do diretório do PT de Itabuna, Adeum Sauer, 52.
Segundo Sauer, com a desistência de um candidato, Neto poderá concorrer a uma vaga de vereador. "A ocupação foi a forma que o MST encontrou para pressionar o PT", disse o presidente do diretório do PT.

União
Evanílson Costa, integrante da coordenação estadual do MST, disse ontem que o diálogo entre o PT e os sem-terra não foi rompido, apesar da invasão à sede do diretório.
"O PT e o MST sempre trabalharam juntos. Agora, em Itabuna, depois do acordo, não vai ser diferente", disse ele.
O nome do candidato do PT que não vai disputar uma vaga na Câmara deverá ser anunciado hoje à tarde. No total, o partido, que fez coligação com o PC do B, vai lançar 18 candidatos em Itabuna.
Com a mudança determinada pelo TSE, o número de vereadores na cidade baiana, uma das dez maiores do Estado, também foi reduzido -passou de 19 para 13.
(LUIZ FRANCISCO)


Texto Anterior: Eleições 2004 / Voto agrário: Mais de 900 líderes sem terra são candidatos
Próximo Texto: Panorâmica - Mídia: Jornal em Rondônia é atingido por uma bomba
Índice