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PRIVATIZAÇÃO
Trecho foi leiloado ontem a consórcio liderado pelo grupo Vicunha por R$ 15,8 milhões, ágio de 37,85%
Malha Nordeste encerra venda da RFFSA
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O governo concluiu ontem a privatização da área de transporte de
cargas da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.) com a venda da
malha Nordeste, de 4.679 quilômetros, para o consórcio liderado
pelo grupo Vicunha.
A concessão custou aos novos
controladores R$ 15,8 milhões,
com ágio (sobrepreço) de 37,85%
em relação ao preço mínimo -R$
6,63 milhões serão pagos à vista,
em moeda corrente, e o restante
em 108 parcelas trimestrais, com
três anos de carência.
O grupo Vicunha, líder do consórcio, tem participações nos controles acionários na CSN e na Vale.
O Bradesco também tem participação na CSN. Com a compra da
malha Nordeste, seus novos controladores passam a participar do
controle de todas as ferrovias existentes hoje no Brasil acima de São
Paulo e Mato Grosso do Sul.
A Vale é dona da Ferrovia de Carajás e opera um trecho da aproximadamente 100 km da Ferrovia
Norte-Sul, pertencente à estatal
Valec. A Ferrovia de Carajás se comunica em São Luís (MA) com a
malha Nordeste da RFFSA, embora com trilhos de largura diferente.
Em Sergipe, a malha Nordeste se
interliga com a Ferrovia Centro-Atlântica, antiga malha Centro-Leste, da qual a Vale controla 12,5% e
a CSN, 12,5%. A Centro-Atlântica,
por sua vez, se comunica no Rio e
em Minas com a MRS Logística,
antiga malha Sudeste da RFFSA,
da qual a CSN detém 33%.
Tanto a Centro-Atlântica como a
MRS Logística se comunicam com
a Estrada de Ferro Vitória-Minas,
pertencente à Vale.
Segundo Mozart Litwinski, superintendente de infra-estrutura
da CSN, o interesse na malha está
relacionado com as interligações,
com os projetos dos seus novos
operadores na região e com a possibilidade de ela se tornar rentável.
A CSN está construindo uma siderúrgica no Nordeste e o grupo
Vicunha tem vários investimentos
na área têxtil na região.
Litwinski disse que os novos
controladores investirão US$ 36
milhões na malha nos próximos
cinco anos e poderão investir US$
100 milhões em dez anos se a procura por transporte justificar.
Com a privatização da malha
Nordeste, o governo completou
um faturamento total de R$ 1,53
bilhão com as concessões operacionais dos cerca de 21 mil quilômetros de trilhos da RFFSA.
Foram pagos à vista R$ 449,18
milhões. O restante será pago em
30 anos. Está previsto que as concessionárias invistam US$ 900 milhões nos próximos cinco anos e
US$ 4,29 bilhões em 30 anos.
Issac Popoutchi, presidente da
RFFSA, disse que agora a empresa
vai se dedicar à venda do seu patrimônio imobiliário, que ele avalia
em R$ 4 bilhões, para pagar uma
dívida de cerca de R$ 2 bilhões.
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