São Paulo, terça, 19 de agosto de 1997.



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Painel

Colaboração valiosa
Candidatos a governador de PFL, PMDB e PPB, partidos que querem apoiar FHC em 98, têm pedido ao Planalto que não privilegie os concorrentes do PSDB -inclusive deixando isso claro para os financiadores de campanha. Temem ficar à míngua.

Aliança à vista
O senador Esperidião Amin passou por São Paulo ontem à noite. Para acertar com Maluf detalhes do jantar de pepebistas com FHC, hoje, em Brasília.

O retorno
FHC tem estimulado a volta de Pimenta da Veiga à Câmara. Se o PSDB fizer a maior bancada em 98, o tucano mineiro é o mais cotado para ser o candidato do Planalto à presidência da Casa.

Saindo fumaça
O secretário paulista do Meio Ambiente, Fábio Feldmann, está furioso com o colega da Agricultura, Francisco Graziano, que autorizou fazendeiros a queimar palha de cana-de-açúcar. Os dois são candidatos a deputado.

Jogando na confusão
A desinformação tem ajudado o lobby antiaborto. O projeto que será votado amanhã na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara simplesmente obriga a rede pública a realizar aborto nos casos já previstos em lei (estupro e risco à vida da gestante).

Não cola mais
O líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG), tem dito a tucanos mineiros que o governo federal se comprometeu a rever nomeações feitas pelo PMDB no DNER tão logo acabem as votações das emendas constitucionais. Poucos acreditaram.

Hora da vingança
Enquanto a oposição chama de casuísmo a intenção do Planalto de mudar o regimento da Câmara, governistas dizem que a atual regra de destaques de votação em separado foi criada em 1988 pelo "Centrão", então o grupo parlamentar conservador.

Pai na retaguarda
ACM, que preside o Senado, saiu em defesa da mudança do regimento da Câmara, proposta por Luís Eduardo Magalhães. "O DVS (destaque de votação em separado) é uma brutalidade", afirma o cacique.

Violência rural
Jacques Wagner (PT-BA) pediu ontem à Mesa da Câmara o enquadramento do vice-presidente da UDR, Guilherme Prata, por crime de incitação à formação de milícias e por "ameaças ao Estado de Direito".


Moeda de troca
Vereadores vendem dificuldades para aprovar as contas do último ano (1996) da gestão Maluf (PPB) na Prefeitura de São Paulo. Aproveitam o clima do "frangogate" para tirar proveito do ex-prefeito e de Pitta.

Truco mineiro
Caso se filie ao PMDB para disputar o governo de Minas, confiando no convite de Newton Cardoso, Itamar Franco pode ficar sem legenda para concorrer. Quem esteve recentemente com Newtão diz que ele é o candidato.

Choro diplomático
Para o governo brasileiro, o anúncio de que a Argentina será aliada militar preferencial dos EUA no continente esconde um objetivo: intrigar os dois principais parceiros no Mercosul.

Saída de emergência
Se o PMDB de Ronaldo Cunha Lima impedir a candidatura de José Maranhão à reeleição, o governador da Paraíba já tem uma solução. Deixa o partido, vai para o PSDB e se candidata.

Para as calendas
O governo decidiu adiar ao máximo o julgamento, no STJ, do processo em que o empreiteiro Murillo Mendes, da Mendes Júnior, pede uma indenização de R$ 4 bilhões da Chesf. A estratégia é recorrer até de espirro.


Visitas à Folha
O presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Milton Seligman, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do chefe de Comunicação Social do órgão, Marco Antônio Maurício.

O diretor-geral do Colégio Santa Cruz, Luis Eduardo Magalhães, visitou ontem a Folha.


TIROTEIO

Do deputado estadual Paulo Teixeira (PT), sobre Maluf, em campanha para o governo paulista, ter dito que "direitos humanos não são para bandidos":
- Discordo totalmente. Bandidos também têm direitos humanos. Desde os de colarinho branco até os ladrões de galinha.


CONTRAPONTO

Tudo tem limite
Quando visitou o ex-presidente Itamar Franco em Nova Iorque, em julho, o ex-governador de Minas Gerais e prefeito de Contagem (MG), Newton Cardoso, pediu que ele lhe explicasse suas funções no cargo de embaixador brasileiro junto à OEA (Organização dos Estados Americanos).
Itamar fez um relato de seu trabalho, dando ênfase às discussões sobre as políticas governamentais para a região denominada Amazônia legal. Cardoso ficou maravilhado.
De volta ao Brasil, repetia o que ouviu para outros políticos e em entrevistas a rádios locais:
- Recebi do Itamar uma lição sobre a Amazônia legal e sobre política internacional. O trabalho dele é muito sério. É coisa fina mesmo.
Após uma entrevista, um assessor perguntou qual a definição de Amazônia legal.
Ríspido, Newtão respondeu:
- Mas cê acha que eu entendi alguma coisa, sô?!



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