UOL

São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 2003

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Fila de espera
Lula, já pensando na entrada do PMDB no governo, avisou aos seus ministros que apenas quatro são intocáveis no cargo: José Dirceu, Palocci Filho, Luiz Dulci e Luiz Gushiken. Fora esses, todos os outros podem sair para dar lugar a novos aliados.

Segundo tempo
A cúpula do PMDB levará a Lula na reunião de quinta um recado: se o governo não atender os pedidos da sigla, levará um susto no Senado na votação da Previdência. Peemedebistas articulam com o PSDB e o PFL a derrubada da taxa de inativos.

Espaço aberto
A ameaça da bancada do PMDB no Senado e a filiação de Garotinho alertaram o Planalto. Para contornar a crise, Lula deve prometer oficialmente à sigla, na reunião de quinta, dois ministérios e cargos nos Estados.

Dedo palaciano
O PSB deverá receber nos próximos dias as filiações de Miro Teixeira (Comunicações) e Carlos Wilson (Infraero), em uma negociação do Planalto para compensar o esvaziamento da bancada socialista com a saída de Garotinho para o PMDB.

Ajuda de aliado
Miro e Wilson irão para o PSB com pelo menos dez deputados federais, a maioria do PDT. O Planalto não quer que a sigla, considerada o aliado mais fiel, fique com a bancada reduzida.

Cotoveladas
Geddel Lima (BA), líder do grupo do PMDB contrário ao governo, tenta usar a filiação de Garotinho para levar a sigla à oposição. O plano desagradou ao senador Sérgio Cabral (RJ), fiador do secretário. Quer manter boa relação com o Planalto.

Emprego emperrado
PSDB e PFL obstruíram, em comissão especial da Câmara, a votação do projeto que cria o Primeiro Emprego. Alegaram que o governo descumpriu o regimento, ao priorizar a tramitação da idéia em detrimento de outra semelhante, de Antonio Pannunzio (PSDB-SP).

Intervenção petista
Temendo que o projeto do emprego fosse derrotado na comissão, João Paulo (Câmara) articulou para levá-lo ao plenário -depois do segundo turno da reforma previdenciária.

Juízes e presos
O Tribunal de Justiça de MG mandou instalar uma grade metálica de 400 metros ao redor do fórum de Cataguases. A ordem foi dada após o juiz Jorge Gomes ter sido ameaçado de morte por traficantes que sentenciou. Gomes anda com escolta.

Cadeira vazia
Márcio Thomaz Bastos (Justiça) já convidou dois assessores para presidir a Funai. Eles fizeram exigências, analisaram a proposta e declinaram. O cargo está vago desde a última sexta-feira, quando Eduardo Almeida foi exonerado pelo ministro.

Nos trilhos
Três obras em ferrovias estarão no pacote que Guido Mantega (Planejamento) vai anunciar nesta semana: a Transnordestina, a Ferronorte e o Ferroanel.

Ilustre desconhecido
A maioria dos paulistanos (60%) não conhece Paulinho, presidente da Força Sindical que o PDT quer lançar para disputar a sucessão de Marta Suplicy em SP, em 2004. A sigla, que fez a pesquisa, recebeu o dado com entusiasmo: acredita que ele crescerá por ter baixa rejeição.

Um ano antes
Pela pesquisa do PDT, Paulo Maluf (PP) e Marta Suplicy (PT) estão tecnicamente empatados na liderança da disputa, com a preferência de cerca de 20% dos paulistanos. José Serra (PSDB) varia entre 15% e 17%, dependendo dos adversários. Paulinho teria de 7% a 9% dos votos.

Visita à Folha
Tai Kat Meng, embaixador da Malásia no Brasil, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), sobre a aprovação da reforma da Previdência na Câmara:
-FHC demorou 37 meses para levar a reforma previdenciária ao plenário da Câmara. Nós levamos apenas sete.

CONTRAPONTO

Duas mãos

A história, contada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Velloso, se passou na década de 50 e foi protagonizada pelo ministro Orozimbo Nonato, mineiro de Sabará.
Mesmo presidindo o STF na época, Nonato ia para o trabalho de bonde, lendo o jornal. Certo dia, ao estender o dinheiro da passagem ao condutor, ouviu que a mesma já estava paga.
-Quem pagou?- quis saber o ministro.
-Aquele senhor do terceiro banco- disse o cobrador.
No final da viagem, o ministro foi conversar com o passageiro:
-Agradeço o seu gesto, mas a que devo a gentileza, se não nos conhecemos?
O homem explicou que o ministro, em um julgamento, havia dado ganho de causa à família dele. E acrescentou, a respeito da passagem:
-O senhor sabe como é, uma mão lava a outra...


Próximo Texto: Reforma sob pressão: Governo muda tributária e mantém a guerra fiscal
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.