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QUESTÃO AGRÁRIA
Líder do MST culpa governo por inquérito da Polícia Federal
Rainha se diz vítima de "perseguição do Planalto"
EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
O dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) José Rainha Júnior disse
ontem que está sendo vítima de
"perseguição política do Planalto", ao ser investigado em inquérito aberto pela Polícia Federal
por declarações na imprensa.
Na semana passada, a Superintendência da Polícia Federal em
São Paulo instaurou inquérito para apurar incitação ao crime em
declarações de Rainha de que iria
"incendiar" fazendas da região do
Pontal do Paranapanema (extremo oeste de São Paulo), sua principal base de atuação.
LSN
A prática de incitação ao crime,
prevista no artigo 286 do Código
Penal, pode resultar em pena de
três a seis meses de detenção, em
caso de condenação.
O dirigente foi intimado a prestar depoimento hoje.
Segundo a Polícia Federal, o inquérito não trata da Lei de Segurança Nacional, como sugeriu José Rainha Júnior em declarações
anteriores.
"Isso é um desrespeito. É uma
perseguição política do Planalto a
lideranças. Isso é a volta do regime militar", afirmou o dirigente.
"Tomar juízo"
O dirigente do MST criticou o
ministro da Justiça, José Gregori,
a quem atribuiu a suposta perseguição.
"Esse Gregori deveria tomar juízo", disse Rainha.
"Esse secretário (ministro) merece nosso repúdio. Ele deveria
lembrar o passado, se é que ele
tem passado... Do que foi perseguir as pessoas que lutavam pela
democracia."
Para Rainha, as declarações foram uma forma de pressionar o
governo.
Pressão
"Às vezes você dá declarações e
não volta atrás mesmo, que é para
pressionar o governo, porque o
governo só age sob pressão", disse
o líder sem terra.
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