São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2000

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SÃO PAULO
Depois de quase uma semana de ataques e críticas mútuas na campanha na TV e no rádio Alckmin e pepebista dizem que irão retomar a apresentação de propostas de governo no horário eleitoral
Maluf e tucano prometem trégua na TV

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de quase uma semana de críticas mútuas no horário eleitoral gratuito, os candidatos Paulo Maluf (PPB) e Geraldo Alckmin (PSDB) decidiram retomar o discurso da campanha propositiva e prometem, pelo menos por enquanto, suspender os ataques.
""Tivemos apenas uma pequena pausa na nossa linha. O Maluf estava merecendo isso porque era desrespeitoso o que ele estava fazendo", afirmou o jornalista Luiz Gonzales, responsável pelo marketing do candidato tucano, referindo-se aos ataques do pepebista à reforma do Código Penal proposta pelos tucanos em Brasília.
Durante o último final de semana, o PSDB, que tem como slogan ""campanha limpa", veiculou três inserções com ataques a Maluf.
Em um deles, a voz do ex-prefeito reproduz o famoso ""estupra, mas não mata". Em outros dois, o candidato do PPB é associado à máfia dos fiscais e ao prefeito Celso Pitta, seu ex-afilhado político.
Por decisão judicial, segundo Gonzales, dois dos comerciais foram retirados do ar. ""Iríamos mantê-los só até ontem mesmo. Queríamos mostrar um retrato da alma do Maluf."
O publicitário Nelson Biondi, encarregado da propaganda pepebista, afirma que as críticas feitas ao tucano já atingiram o objetivo pretendido: fazê-lo cair nas pesquisas de intenção de voto.
Pesquisa Datafolha divulgada anteontem indica que Alckmin acumulou perda de cinco pontos percentuais em 15 dias, tendo agora 11% da preferência dos entrevistados. Maluf tem 14%.
""Quebramos a imunidade da imagem dele, dizendo que Alckmin era vice do Covas e isso foi mortal. Agora, com o programa de governo, faremos um contraponto à agressão", explica.
Segundo Biondi, suas pesquisas indicam que os ataques do tucano não prejudicaram o desempenho de seu candidato. ""Posso mudar de estratégia se isso mudar."
Desde a subida de Alckmin nas pesquisas, o PPB vem utilizando a reforma do Código Penal para acusar o tucano de promover a libertação de criminosos conhecidos, como o Maníaco do Parque.
Até estarem em situação de empate técnico, disputando, ao que tudo indica, uma vaga no segundo turno com Marta Suplicy (PT), os dois candidatos prometiam manter a disputa em ""alto nível".
(PATRICIA ZORZAN)



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