São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

A empresários, Nizan diz como quer barrar Lula

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

Em encontro sigiloso anteontem com um grupo restrito de empresários pesos pesados, o publicitário Nizan Guanaes, marqueteiro do presidenciável José Serra (PSDB), apresentou sua estratégia para a reta final da campanha eleitoral para conseguir levar o candidato tucano para a disputa no segundo turno.
Apesar do crescimento nas pesquisas do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, Nizan teria garantido aos presentes que Serra iria para o segundo turno.
Os empresários não saíram totalmente convencidos de que irá mesmo haver segundo turno nas eleições, apesar de considerarem boa a estratégia de Nizan para esse final de campanha.
Segundo a Folha apurou, um dos empresários disse que, naquele dia, 90% das ligações telefônica que recebera foram para dizer que o petista Lula iria vencer as eleições no primeiro turno.
O encontro foi organizado pelo empresário Ivoncy Ioschpe, presidente do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial). Estiveram presentes, entre outros, os empresários Antônio Ermírio de Moraes (Votorantim), Lázaro Brandão (Bradesco), Cláudio Bardella (Bardella) e Carlos Pires (Camargo Corrêa). Já Nizan estava acompanhado do publicitário Nelson Biondi e do embaixador do Brasil na Itália, Andrea Matarazzo, que coordenou a campanha presidencial de 1998 de Fernando Henrique Cardoso em São Paulo.
No encontro, os empresários assistiram a propaganda eleitoral de TV com fortes ataques ao PT no horário do candidato tucano. O marqueteiro de Serra disse aos presentes que, a partir daquele momento, a campanha tucana iria intensificar seus ataques ao presidenciável do PT.

Apoio empresarial
Os empresários apoiaram a estratégia adotada por Nizan. Segundo a Folha apurou, alguns dos empresários consideraram, no entanto, que era mais eficiente a tática de atacar as idéias defendidas por Lula no passado, como a de criar 15 milhões de empregos no Brasil, uma das bandeiras de sua campanha nas eleições de 1998, do que arriscar um bombardeio mais pesado contra o petista.
Durante o encontro, o publicitário tucano pediu aos presentes que organizassem mais encontros como aquele com empresários de apoio a José Serra.
A idéia de Nizan Guanaes, porém, não foi bem recebida. Antônio Ermírio de Moraes, por exemplo, disse que a elite do país já votava em Serra. Por isso, o que o candidato teria de fazer é se aproximar cada vez mais do público.
A Folha apurou também que Ermírio de Moraes reclamou da falta de apoio explícito por parte dos outros empresários a Serra. Ele disse que foi o único a manifestar publicamente seu apoio ao candidato tucano. Ele participou de dois programas da campanha de José Serra. Nizan disse que, em todas as vezes que o empresário apareceu no programa de TV, a audiência subiu.


Texto Anterior: Estratégia: Guerra na TV não assegura 2º turno, avalia PSDB
Próximo Texto: Campanha: PT vai responder a ataque de Serra, diz Dirceu
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.