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OUTRO LADO
Ministro e parlamentar atribuem telefonemas à amizade entre eles
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado José Dirceu (PT-SP) e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, por meio de
suas assessorias, atribuíram "à
amizade" os telefonemas que trocaram em julho último, na semana do depoimento do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares à Procuradoria Geral da República. Bastou negou, no entanto, que tenha
orientado a defesa de Dirceu.
As assessorias de Dirceu e de
Bastos informaram que as famílias de ambos são amigas há "40
anos", os pais do ministro são padrinhos de casamento dos pais do
deputado. Segundo o ministro, as
conversas teriam sido ainda mais
numerosas do que as detectadas
até agora pela CPI dos Correios. A
crise política pode ter sido objeto
de parte dos telefonemas.
Localizado pela Folha na última
quinta, por telefone, Delúbio Soares disse que não daria entrevista
sobre seus telefonemas ou qualquer outro assunto relacionado
ao suposto esquema de caixa dois.
O ex-presidente nacional do PT
José Genoino disse que todas as
suas ligações "são perfeitamente
normais", incluindo as chamadas
que fez a Delúbio Soares depois
de terem deixado seus cargos no
PT (embora essas ligações não
apareçam nos registros da CPI).
"Eu não estou na clandestinidade, o Delúbio não está na clandestinidade", disse Genoino. O deputado José Dirceu formalizou, na
sexta, pedido de punição (até com
perda de mandato) dos responsáveis pelo vazamento de informações de seus contatos telefônicos.
"Querem violentar os direitos
constitucionais dos cidadãos brasileiros para fazer uma vendeta
política. Esse é um caminho perigoso no sentido de um regime de
exceção", afirmou o deputado.
Por meio de sua assessoria, Dirceu atribuiu a uma troca de informações com a Casa Civil a maior
parte dos contatos registrados
com a Presidência após deixar o
cargo de ministro. Dirceu teria recorrido a antigos assessores e vice-versa, num relacionamento típico de transição, "que demandava troca de informações".
Na sexta-feira, a Folha tentou,
sem sucesso, ouvir o publicitário
Marcos Valério de Souza e a assessoria da empresa SMPB. Também não foi localizado o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira.
(MS e RV)
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