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Escutas da PF revelam que Vedoin negociou venda de mais material
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)
Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, apontam que
o empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, tentava obter dinheiro negociando supostas
provas em seu poder do esquema de vendas de ambulâncias.
A PF fez as escutas por pelo
menos uma semana antes da
prisão de Vedoin, na sexta.
Por meio da escuta, a PF descobriu que o empresário estava
enviando a São Paulo um dossiê, encomendado por petistas,
contra o candidato a governador José Serra (PSDB).
Além desse material, que
mostrava Serra num evento de
entrega de ambulância em
2001, Vedoin buscava comercializar os outros documentos.
"Como vai sua mãe? Olha,
tem aquele recibo aqui, hein?",
afirma o empresário da Planam
a um interlocutor cujo nome
não foi revelado pela PF.
A Justiça Federal entendeu
que Vedoin ocultava provas e
tentava chantagear supostos
envolvidos com a máfia dos
sanguessugas e decretou a prisão dele. Para encontrar outras
provas, a PF fez apreensão na
casa de Vedoin, de seu pai, Darci, e do cunhado, Ivo Spínola.
Vedoin está com os bens bloqueados desde a Operação Sanguessuga, feita em maio pela
PF. A montadora Iveco cobra
dele na Justiça R$ 1,7 milhão
referente a veículos vendidos.
A quantia é praticamente a
mesma apreendida pela PF em
São Paulo com Gedimar Passos
e Valdebran Padilha.
A Folha apurou que Vedoin
consultou o Ministério Público
Federal sobre a possibilidade
de cobrar de deputados a restituição de propina que foi paga
adiantada por emendas ao Orçamento. O Ministério Público
alertou que ele poderia ser preso.
(HUDSON CORRÊA)
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